sábado, 31 de dezembro de 2011
Lá vem o sol
Confundir ou esquecer minhas senhas e quase não conseguir abrir o próprio blog, é das mais tolas ilustrações do quanto bato portas na minha cara. Os modos mais dramáticos me recuso a contar, que é para não reafirmar com palavras. Mas a vida me quer bem e abre brechas salvadoras. Não podendo mandar o desgosto pra lixeira, todavia, também há doçuras que levar deste 2011 "da gota".
1- Essa febre que não passa, a peça. Pelas pessoas todas envolvidas na montagem: Luce Pereira, André Brasileiro, Marcondes Lima, Tadeu Gondim, Amanda Lyra, Maeve Jinkings, Gisele Andrade, Lúcia Helena, Ivo Barreto, Sávio Uchôa, Fernando Araújo, Gustavo Araújo, Maria do Céu, Ira Galdino, Henrique Macedo, Arilson Lopes, Tuca Siqueira, Dani Varjal, Rafael Escócio, Luciana Raposo, Maria Lima, Júnior, e mais um monte de gente que trabalhou, torceu, contribuiu.
2- Ainda sobre a febre, guardo para sempre Hermila Guedes (a Pitonisa de Cabrobó), Hilda Torres (a mais doce), Josi Guimarães (a dona da música), Mayra Waquim (minha irmã), Márcia Cruz (infinity e totalmente sem fronteiras), Nínive Caldas (ajuda mamãe!). E chegando Helijane Rocha (a nossa Lili).
3- Ao longo do ano reencontrei gente querida que continua querida.
4- Tamboril. O tempo que pude em companhia da Vó.
5- Não economizei no "EU TE AMO, ANINHA!", e ela respondeu : "EU TAMBÉM, MINHA 'GOTOSA'!".
6- Os da família de sangue e/ou coração que estiveram presentes e mantiveram a calma.Eros, mais especialmente, pelo modo como inspira harmonia em meio ao "tiroteio".Em algum momento prevaleçam o bom senso e a justiça.
Blogueiros queridos meus, saúde e inspiração nunca nos falte. Amor se propague.
E fiquem com uma estrela que nos deixou nos 11, de tanto não caber em si.
A segunda canção preferida da Lili:
Ceronha Pontes
Recife-PE, 31 de dezembro de 2011
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
PRINCESA BURLESCA
Minha Nossa Senhora da Besteira, se até o Santo Anastácio me deu o cano neste ano de cão (perdão), apelarei pra quem mais? Oh, curandeira de males físicos e espirituais, aliviai, aliviai!
Então...
Apaixonada pela Vanessa Paradis, nunca disfarcei. Não raramente vocês a encontram por aqui. Justamente, aquela menininha francesa que cantava um hit famoso no Brasil também, numa versão que marca a carreira da Angélica. Sigam-me em português mesmo:
"Vou de táxi
cê sabe,
tava morrendo de saudade".
Minha gente, se eu nunca fiquei constrangida nem com o meu passado de menudete, me poupe de olhares atravessados, ok?
Ainda mocinha Vanessa já dividia o palco com Serge Gainsbourg, imaginem. Mais tarde com Jeanne Moreau, e outros grandes artistas franceses. Também atriz, ganhou meu coração quando fez Élisa (de Jean Becker) com Gérard Depardieu. O filme é uma homenagem a uma cancão bonita de Gainsbourg. Vanessa está deslumbrante. Seus olhos mais lindos do mundo provocados pela força de Gérard, me incendeiam.
Dona de um "ziriguidum" fora do comum, se casa com Johnny Deep (ai, as suas mãos de tesoura!) e por aí vai.
Pois bem, Élisa figura entre os meus filmes preferidos, no meio de pérolas como Le Bal (Ettore Scola) e Arca Russa (Sokurov) e os entendidos não perdoariam, e daí? Meus livros de filosofia sempre estiveram misturados com revistas de fofoca e nem resultei na criatura mais idiota. Mais idiota, não. Ah, isso não! Depois, Élisa não desce ao nível de Minha Novela, pelo amor de Zeus. É bonito e ponto.
Como toda pessoa apaixonada, vira e mexe busco aquela loura criatura sempre a perturbar o arruinado compositor Jacqes Desmoulin (Depardieu), bêbado e triste de dar dó. Mas até encontrá-lo, e foi o que me trouxe aqui, Marie (Paradis) convivia com personagens encantadores. Entre eles a amiga Solange, vivida pela Clotilde Courau, que eu só tinha visto ali. Para mim (como é que pode?) era como se Solange fosse de verdade, sabe? A cena da despedida das duas me faz chorar anos depois.
Ao contrario de como me comporto com a Vanessa, perseguindo-a em sites de música, cinema, moda e, é claro, fofoca, nunca quis saber de Clotilde Courau nada além de Solange. É extraórdinário que tenha conseguido ignorá-la por tanto tempo apesar da internet e, principalmente, sendo a moça dona de um vasto currículo no cinema, com várias indicações, prêmios e um título de Princesa. Pois é, casou-se a menina Solange com o Príncipe de Veneza e Piemonte, Emanuele Filiberto de Sabóia, neto do último rei da Itália, Umberto II. Claro que, ali, hoje os tais títulos são concedidos por gentileza, unicamente. Não importa. A menina Solange virou Princesa. E das menos convencionais.
A exemplo da diva Dita Von Teese (habitué dos sites de moda), nossa Princesa em questão também fez correr seu sex appeal pelos palcos do Crazy Horse, o mais famoso cabaré de Paris. Claro, tem aquele meu lado "feia inteligente" (e modesta), que queima tico, teco e variantes no sentido de se articular contra toda e qualquer manifestação que coloque o feminino como objeto de consumo, mas, acaba gritando mais alto a máxima do Vinícius, a quem concedo o meu mais legítimo perdão, e me rendo: aprecio a beleza, despudoradamente. Sou uma artista, afinal.
Reencontrei Courau por uma curiosidade nunca antes manifestada, ao velho estilo "por ande anda fulaninha de tal?". E se abriu um sem número de janelas por onde "curiar" sua realeza. Entre as tais, Crazy Horse. Uma princesa no cabaré? Uau! Surpresa feliz.
Agora fico mais outros dezesseis anos sem vê-la. Em 2027, abro um desdobramento do youtube e, tan dam!, Princesa de Sabóia e Vanessa Paradis, "de idade", mas ainda inspiradoras, patinando no gelo outra vez.
L'érotisme, la sensualité, la féminité...
Quê mais, minha Santa? O link? Ok.
http://www.youtube.com/watch?v=qcQVFSC5qAA
ADMIRAI!
Ceronha Pontes
Recife-Pe, 27 de dezembro de 2011
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Retratos e canções
Quanta assiduidade, não é? Quando foi que eu vim aqui três dias seguidos? Pelejando para me livrar dos excessos, não desperdiço canais. Por alguns me derramo mais, por outros só assim desse jeitinho que diz, mas...
Tenho passado 2011 nos extremos a maior parte do tempo. Não por vontade. Aconteceu. Conquistas e perdas demandaram esforços nunca antes aplicados. Termino tal e qual Terêncio: "nada do que é humano me é estranho". Expert em limonada, se me entendem. Oh, tão orgulhosa!
Falar em excessos, eu tou que deleto. Faxinando tudo quanto é arquivo. "Só quero saber do que pode dar certo", alguém já cantou.
Humildemente constato que o que me vale guardar não é pouco. Por exemplo, a imagem preciosa que partilho com vocês. Em 1998, Juliana Carvalho e eu depois de mais um ensaio do espetáculo Os Iks (de Peter Brook), ouvindo as considerações do diretor Celso Nunes. Caramba, sabe o que é ter pra quem olhar dessa forma, minha gente? A vida exija o que for, nunca me pesará demasiado.
Beijos salgados desta Ceronha Pontes
Aos 19 de dezembro de 2011
domingo, 18 de dezembro de 2011
Beba você também
"Pero los pájaros no pueden ser enjaulados
porque ellos son del cielo, ellos son del aire
Y su amor es demasiado grande para guardarlo."
(Cuidándo-te - Bebe)
Hoje cercada de gente encarnada e virada no "mói" de coentro. Pegando no batente, o meu Coletivo Angu. No batente nada, escadaria inteira. É, meu filho e minha filha, a mágica do teatro atende pelo nome de trabalho. Todavia, como artista é um bicho que carrega pedra tirando onda (não me admira os idiotas de plantão nos confundirem), volto para casa muy contenta, e já tou é de banho tomado, buchinho forrado, enchendo linguiça no blog. Não me entendam mal. Iguaria fina. Viciada nela. BEBE é seu nome.
Ceronha
P.S.: Minhas preferidas são as mais densas, mas, hoje é domingo, afinal. Dancemos.
"Me guardo tu recuerdo
Como el mejor secreto".
(Siempre me quedará)
"Yo soy del sur tu eres del norte
No hablamos el mismo idioma
Pero haremos que no importe."
(Como los olivos)
sábado, 17 de dezembro de 2011
Tecendo
Há exatos dezessete anos (17/12/1994) se despedia meu Pai. E acho que era sábado também. A data nunca me abateu, exatamente. O Velho me fez a filha mais feliz e isto é tanto! Entretanto, não esqueço. E neste dezessete do doze de vinte onze me comove, inevitavelmente, também a partida de Joãzinho Trinta, Sérgio Brito, e Cesárea Évora.
Não por isso, mas não deixa de ser curioso escolher(?) passar o dia em companhia de quem já ficou "encantado". Pois é como disse o Guimarães Rosa, "as pessoas não morrem".
Estarei tentando camuflar o banzo?
Na boa, antes crer no fato de que o Sérgio Pezão divulgando a oficina Estado Intermediário (mais tarde postarei a respeito) aumenta consideravelmente a responsabilidade. Então me tranquei em casa com o Jerzy (Grotowski) e termino toda motivada, é verdade, mas não pra encarar a vida na cidade real. Hoje, eu digo.
Marido viajando...
A distância do Recife Antigo e a certeza de que dividiremos o palco em janeiro pesando na decisão de adiar Ela sobre o silêncio, solo da bailarina Helijane Rocha (a Lili), que eu simplesmente A-D-O-R-O. E nem é correto abusar de uma amizade tão linda, minha preciosa. Perdoa?
A Andréa Veruska liga em cima da hora convidando pra uma festa. Puxa vida, "quenga", só agora? Dá nem tempo da pessoa se "ajeitar". Tou mais baranga do que nunca. Deus me livre de encontrar aquele povo lindo e feliz da Trupe Ensaia Aqui e Acolá, sem o mínimo de dignidade! Tudo bem, sei que mesmo convidada com antecedência tenho me ausentado. Mereço este "quase" fora. Divirtam-se, viu? Uuuuhahahaha!!!*
E há este lugar de onde enviar sinais de fogo... Quem avista?
Com sono. Hum, muito estranho.
Buenas noches.
Cé.
*Risada de monstro que é marca registrada da Nínive Caldas, e eu copio na cara dura.
P.S.: Esperando um clip? Se engana quem apostou na cabo-verdiana, apesar da admiração potencializada pela influência da Marta Aurélia. Tenho ouvido mesmo é o Pedro Guerra. Sem destino.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Nó de marinheiro
Vitoriosa, mas, exausta, confesso que se você fosse doido de me mandar definitivamente "pras coxias", não vou dizer que meu amor imenso se rendesse a Mumbai, Sri Lanka, mas, sei lá, na hora do pega pra capar, quem sabe comprar aquela casinha dos teus sonhos em Itabirito?
Ai, ai, ai, que essa cobra quer asa. Dou é nada.
Olha, querido, melhor mesmo que permaneçam, como de costume, as minhas mal dormidas serpentinas saltando de seu armário. Um dia o horário combina, juro por Zeus. E, antes que o Chico nos cobre direitos, "eu te quero livre também".
escarCéu Pontes
Sei lá que dia é hoje.
domingo, 11 de dezembro de 2011
Estrelas, Leões... Quem mais?
Tem assunto que não consegue realizar a longa travessia entre o coração e o lápis (ou o teclado).
Insisto. A palavra é o que me excede. Assim, retida, me rouba os dias. Feito cigarro. Um por sete, ouvi dizer. Ao menos me convenci a só fumar em cena. Não cesso de procurar este desvio nos personagens, confesso. Encontro. No entanto, fora de cartaz. Infeliz da vontade.
Isto aqui agora também é procura. Procuro canais. Procuro leveza. Escrevo c-a-n-a-i-s, escrevo l-e-v-e-z-a. Quê mais escrevo?
...
...
...
Escrevo e-n-c-o-s-t-o. Foi um passarinho malvado quem me soprou. Podendo representar conforto, eis que a entonação do bicho sugere o contrário. Leitura perfeitamente possível. D-e-s-c-o-n-f-o-r-t-o, escrevo. Sinto.
Olha, eu sinto muito.
...
...
...
D-e-l-e-t-a-r, escrevo. Conselho da vaidade. Considero. Realizo.
R-i-s-c-o. Agora quem soprou foi a pulguinha inteligente e modesta que me persegue. Dados supostamente destruídos podem ficar arquivados em lugares insuspeitos, explodindo a qualquer moment... POU!
Garganta explodida, estômago explodido, cérebro explodido, coração explodido.
Maldito instinto de sobrevivência.
Escrevo outra vez:
S-O-B-R-E-V-I-V-Ê-N-C-I-A.
...
...
...
M-i-o-j-o, escrevo. Putz, ainda escrevo?
Significado de miojo: falta de opção. Ou seria de inspiração? De qualquer modo, é o que me aguarda. Fui.
Não sem antes lhes presentear com uma jóia que me enche os olhos cada dia mais. Ah, porque eu entendo por sobrevivência aquilo lá de não perder a ternura.
Sin perder la ternura jamás, escrevo (sem soletrar pois já estou de saco cheio e imagino que vocês também) e pergunto: precisa de nota de rodapé?
Paradis ilustrando outra vez as tais entrelinhas.
Ceronha Pontes
11 de dezembro de 2011
P.S. (12/12/2011) Dúvidas chegando via e-mail. Pra sacanear, né?A jóia é a Vanessa, minha gente. Se bem que o Che...
terça-feira, 29 de novembro de 2011
O insuportável mau cheiro da memória*
Poeta Carlos,
Tu, que lá nos meus tenros anos te tornaste o amigo verdadeiro que de um tudo me explicava, para tudo me preparava, feito fosse mensageiro do meu pai distante, ainda que presente, perdoa o descuido "daquela mocinha". Não por maldade arredondei-te a capa dura. De tanto carregar-te comigo, foram gastos os cantos, desbotada a cor, mas, nunca desdenhada a poesia. Ah, o meu livro vermelho*, quem escreveu foste tu, Poeta Carlos! Vermelho-fubá e troncho, ainda e sempre inspirador. Revolucionário.
Nem por desamor, tu bem sabes, doei-te quando precisei que o barco ficasse mais leve. Seja feliz quem te encontre, oh Poeta, naquela comunidade. Possam descobrir em si desejos tão grandes quanto os que em mim promoves, e que se movam mesmo por eles, tanto quanto acredito caber o mundo no meu peito.
Sou, por tua amizade, eternamente agradecida, e nunca me reconheci em algo sem que me lembrasse de tua Canção Amiga*. Por isso te escrevo. E havia tanto tempo não é?
Te escrevo por Mary e Max (filme de animação do Adam Elliot). Depois por causa de O Jardim (peça de teatro do dramaturgo e diretor Leonardo Moreira). Por fim, outro filme, Meu País (de André Ristun, com Rodrigo Santoro, Cauã Raymond e Débora Falabella).
Sei, Poeta, e saberei mesmo quando o Rinoceronte se esquecer completamente do Girassol*, que nem todo aquele que está longe dos olhos cala ao coração. Há pessoas que, não importando quantos anos ou oceanos as separem de nós, nos salvam. Sei.
Enquanto há aquelas que a natureza atira, sem explicação convincente, no mesmo "jardim". "Crescei e se multiplicai-vos", debocha. Amor condenado. Também sei.
E é mesmo significativo, amigo Carlos, que te escreva aqui do meu Torrão (do "Meu País"), contando esses lances. Olha, Poeta, não foi fácil. Quando o filme começou, num horário classificado como sessão de arte, foi me dando um sono... Até depois da metade ainda me perguntei, com uma ponta de maldade, porque diabos tudo o que é sombrio e enfadonho ganha status de filme de arte? E não sei exatamente quando "a coisa" me pegou de jeito. Acho que desde o primeiro instante tudo estava anunciado, mas era tão difícil de digerir. Sabe quando as semelhanças são coincidências de uma tal infelicidade, que é melhor dormir? No fim, guardando um choro muito meu, fui até capaz de gostar da Ana Carolina que cantava enquanto subiam os créditos.
Aí me deu uma vontade de falar contigo, Poeta, de cantar contigo um bregão francês. Vontade, meu amigo, que tu pudesses agora, tanto quanto me ensinaste a suportar a juventude longe de casa, me ajudar a aceitar reaproximação sofrida. Indesejada, até, nos moldes em que se apresenta. Dever exige serenidade, Poeta. Ah, vamos abrir os vidros de perfume!
J'avais dessiné sur le sable
Son doux visage qui me souriait
Puis il a plu sur cette plage
Dans cet orage, elle a disparu*
Agora bem alto, Carlos!, que é pra espantar "o insuportável mau cheiro da memória".
Et j'ai crié, crié, Aline, pour qu'elle revienne
Et j'ai pleuré, pleuré, oh! j'avais trop de peine*
...
...
...
Os bons aromas convidam já, meu caro amigo. Enxuguemos o rosto. Vais gostar de encher a pança com o feijão da Tia Z, servido mesmo no velho fogão à lenha da casa da Vovó. A propósito, a Vó é poema que jamais saberei escrever. Te atreves?
Ceronha Pontes (Cecé).
Tamboril-Ceará, 29 de novembro de 2011
* Verso de Resíduo, poema do Carlos (Drummond de Andrade).
* Aos 14 anos veio o meu primeiro Drummond, numa coleção chamada Literatura Comentada, cheia de outros autores que me marcaram. Drummond, cuja poesia me afetou para sempre, tinha a capa vermelha. Aqui, uma brincadeira com o Livro Vermelho, de Mao. É que só me deixo levar por homens como o Carlos.
* Poema do Carlos.
*Os anônimos. Amigos "esquisitos" cujas histórias desconhecemos, mas que se fizeram tão bem quanto Mary e Max. Mesmo os que não conseguiram cumprir a promessa de durar para sempre, ou até que estivessem velhos, discutindo a qualidade do fraldão. Mesmo estes.
* Aline. Canção francesa bem 'batida" e que nos deixa a todos com lágrimas nos olhos quando embala as lembranças dos personagens de O Jardim.
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Day after day
"Devagar... As janelas olham.
...
Eta vida besta, meu Deus."
(Cidadezinha qualquer - Carlos Drummond de Andrade)
Pra começar, "piti" é uma coisa que eu acho realmente cafona. Passou dos trinta anos então, tratamento urgente. Falar nisso, perdão aos deuses do teatro, pelos que EU (que é por quem posso responder) tenha cometido. E nos protejam do mal. Amém.
Bom senso, gentileza e suavidade. Acredito.
Fortaleza.
Amigos com o semblante carregado de conceitos. Alguns não me abraçaram.
A J.C, com sua linda cabeleira de Beatriz, fala de encenação grandiosa para peça pequeno-burguesa.
Então eu fiz uma peça "pequeno-burguesa"? E eu que já fui aquela, né? Que superação! Pois hoje também acho cafona julgar que este ou aquele não tenha o direito de doer. Pior é que é mesmo verdade (ou vocês acreditam que a inspiração nasce de chocadeira?) que alguém se matou ouvindo My Way. E se nem o Frank Sinatra conseguiu salvar a pobre alma...
A amiga M.A mais ensolarada do nunca. Saúde restabelecida. O resto nunca foi problema. Transborda talento e doçura.
A S.S conseguiu ficar ainda mais bonita. Além de nascida para o palco. Quero trabalhar com você, querida. Morro de tesão nos melhores.
E o R.M, bem inteirado de que minha família anda excursionando pelo inferno, a postos, como o melhor dos amigos. Não tem preço.
Voltei cheia de dores pelo corpo todo. Demasiado esforço pra caber ainda. Lá.
Em casa. Já falando "aTirar o biXcoito", em vez de "rebolar a bolacha". Quem não for cearense ou pernambucano, voou.
Inusitadas demonstrações de afeto chegando com uma vida de atraso. Sem saber o que fazer com, não faço nada. Fui.
Cirurgiada. E como tenho um ímã fuderoso para médicos loucos, o anestesista merece um post só seu.
Quantos livros acumulados! E o marido, tirando onda com o fato de que eu, USANDO ÓCULOS!, repouso no verbo LER, canta o manjado tema da Isaura: LERê, LERê, LERê, LERê, LERê. Gente, era pra ser engraçado.
Minúsculos assassinatos e alguns copos de leite, da Fal Azevedo, sugerido pela Márcia Cruz. Flagrante inspiração. Agradecida, La Cruz.
Ele faz pic-nic pra mim, aos pés do sofá, onde montei meu acampamento, porque ficar prostrada na cama é dose. E me serviu até "cadáver". A "casa" é vegetariana. O que me custará a concessão?
Telefonemas do André, mensagens da Lili.... Ih, tou falando os nomes. É que eu também não sou baú, André. (Risos).
Falando na Lili... Ela dança, eu choro.
Uma lua quebrada.
Sorvete com café.
Ruthinha, aqueles que eu não decoro o nome, Manu, Grazi, Pereirão, zzzzzzzzzzz...
Ligar para Tia Z.
Vovó diz: "Eros e Cecé vêm aqui pra casa". E a gente não queria mesmo outra coisa.
Agora pra Mamãe. Conversa cada dia mais breve.
Lembrar do Papai:
- Alô?
- É aí que mora um velho comunista?
- E você quer matar este velho de saudade?
Freud faça a gentileza de não explicar.
Desobediente, já de pé, pilotando o fogão. Risoto de palmito com maracujá. Acredite, funciona.
Morgan, Clint, Allen, Brando, Brad...
Across the universe...
Ainda não respondi ao e-mail da L. E a Duquesa de Belo Jardim não é alguém que se deixe a esperar.
Todo dia falar com a Pequena:
- Você tá bem, Titia?
- Estou. (Não era eu que devia perguntar?)
- Tá bem mesmo?
- Claro que sim, meu amor. (Eu chorando já, né?)
- Tanta saudade dos seus beijinhos!
Eu tou chegando, Pequena. Irremediavelmente tarde. Algum dia me perdoe. E que ninguém (ninguém mesmo) se meta nesta nossa conversinha.
"Eta vida besta, meu Deus".
Ceronha Pontes
16 de novembro de 2011
terça-feira, 15 de novembro de 2011
Tá certo, meu amor, "você veio pra ficar/ você que me faz feliz/ você que me faz cantar assim...". É fato. E é bom de carregar. Então não fique triste se me distraio, às vezes. Confie. Não vire um chato. Deixe ser, sem que lhe pese o meu contentamento.
Céu Pontes
(que dia é hoje?)
P.S.: Tão linda, meu Deus! Que mal há?
*parceria da bela com arnaldo antunes
Céu Pontes
(que dia é hoje?)
P.S.: Tão linda, meu Deus! Que mal há?
*parceria da bela com arnaldo antunes
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Essa febre que não passa...
Se você for do tipo que tem aversão a relações homoafetivas (é, esse lance entre sapatão, bicha e variações), NÃO VÁ. Sugiro procurar outra coisa pra fazer. Que tal catar coquinho? Podendo ainda pentear macaco ou coisa que o valha. OU VÁ. E quem sabe se liberte de suas idéias tortas e nos ajude a "reconstituir coisas idas"?
Quem sofreu bullying na escola, e ainda hoje tem arrepios só de imaginar alguém lhe chamando em voz alta, para quem quiser ouvir, seja em aeroporto ou consultório médico, NÃO VÁ. OU VÁ, e resolva de uma vez por todas se divertir com o fato de se chamar Aganeide (de Agamenon com Ivaneide), Hypotenusa, Holofontina, Jéssica Paola, Cláudya Gabrielly... Acreditem, tem gente que se chama Ceronha e se acha. Ô nome lindo!
Se a velhice lhe apavora, NÃO VÁ. Quanto a mim, aprecio as ondas. Meus pés estão molhados e isto é que é contentamento. Ah, VAMOS ver o mar! Antes que seja tarde.
Quem nasceu na família errada, no lugar errado, toda inadequada, incompreendida, mal amada, cheia de "desejos sem pernas", açoitada por idéias, em quem "o por do sol dói mais que chibatada de mãe" e nunca um lance realidade arrebatou mais que um retrato de Frida Kahlo, MELHOR NÃO IR. Isto pode lhe doer tanto! A menos que já tenha perdido todas as esperanças. Neste caso, DANCEMOS.
Hermila Guedes
Foto: Rafael Escócio
Quem esteja no limite do precipício, lamentamos, mas ESTA PEÇA NÃO LHE É RECOMENDÁVEL. Não permitiremos a sua entrada. Favor não insistir. A não ser que nem as nossas súplicas lhe impeçam fazer do seu jeito. Neste caso, LHE AGUARDA um Sinatra na vitrola antiga, "programada para tocar a faixa doze sem parar".
ESSA FEBRE QUE NÃO PASSA
Em Fortaleza, no Theatro José de Alencar, dias 05 e 06 de novembro.
Ceronha Pontes
Recife-Pe, 28 de outubro de 2011
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Febre misteriosa deixa Fortaleza em estado de alerta!
Tive que cancelar coisas mui importantes depois de anunciá-las, de modo que estou é com medo de fazer propaganda mas, vamos lá, que a Febre continua subindo. Agora em Fortaleza, minha gente, nos dias 05 e 06 de novembro no Theatro José de Alencar.
Sábado(05) às 19 e 21h. Domingo(06) às 19h.
ESSA FEBRE QUE NÃO PASSA
Da obra de Luce Pereira
Direção: André Brasileiro e Marcondes Lima
Com Ceronha Pontes, Hermila Guedes, Hilda Torres, Josi Guimarães, Mayra Waquim, Márcia Cruz e Nínive Caldas
Produção: Tadeu Gondim
Uma realização do Coletivo Angu de Teatro (Recife-Pe)
Ceronha Pontes e Hermila Guedes
Foto: Rafael Escócio
Sobre a peça? Bem, é claro que um maine coon não vai trazer a sua amada de volta. Tampouco um yorkshire lhe dará status. E Sartre estava certo quanto ao inferno. Ah, o outro! Amor nem sempre vem acompanhado de beijos e, às vezes, MATA. Duvida?
Venha ver.
Ceronha Pontes
Recife-Pe. 26 de outubro de 2011
P.S.: Pelo amor dos deuses, quem estiver planejando cometer mais alguma desgraça que impeça este acontecimento, espere ao menos eu terminar meu serviço. Né brincadeira não, negrada. Cada apresentação cancelada é din-din que me falta. Vou começar a repartir minhas contas, viu? KKK!!! Só rindo.
terça-feira, 25 de outubro de 2011
"Nafinquisriu"
Ele lamenta que não esteja ao seu alcance livrá-la dos males da vida. Mas ela sabe o quanto, por causa dele, escapou de se partir.
Ontem mesmo já entregava os pontos quando ele cantou Strawberry fields forever. De repente o trânsito e calor infernais já não somavam à sua agonia, e também ela cantou, pecando propositadamente no inglês. Sente-se a criatura mais amada podendo expor o seu ridículo às risadas dele.
Os carros dançavam.
Ceronha Pontes
Recife-Pe, 25 de outubro de 2011
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
O Pai, a Mãe, os irmãos.
Quanta diferença comporta o mesmo sangue, meu Deus! O mesmo nome. O mesmo Pai.
Quero escrever que foi de repente, mas ela intervém com sua lucidez e franqueza constrangedoras, afirmando que era tragédia anunciada. Concordo. Não foi de repente mas, de uma vez, as vilezas todas à sua percepção. Não por gosto. Lhe enfiaram feito fosse milho em goela de peru engordado na marra pro Natal que não tarda. E de fato sempre odiou esta e outras datas que obriguem à farsa coletiva. Farsa, escrevo, e me pergunto se não é preconceito seu. Ah, que ainda me mata esta necessidade do politicamente correto!
Ei, mas porque diabos a festa de Natal entrou na conversa? Seja lá, também não temos porque recusá-la em território de tão livre e arriscada expressão.
Na casa nunca uma árvore enfeitada, nem visita de Papai Noel (não acreditam), nem ceia. Alguma prece. Em geral ela chora nesse dia e já desistiu faz tempo de tentar entender. Passa o ano planejando a fuga (porque afinal agregou-se a outras famílias). Nos últimos não conseguiu escapar e foi tudo absolutamente chato.
Vamos admitir que o tema se impôs porque lá muito no fundo lhe perturbará eterna dúvida: e se a sua tivesse sido uma família comum? Muito longe dela sugerir que "incomum" seja especial, acima ou abaixo de qualquer estabelecida média. É que não praticaram Natais, aniversários, bodas, feijoadas de domingo. Encontro algum que lhes pusesse frente a frente, reconhecendo sina comum. Caso estejam pensando que o dia-a-dia devia lhes bastar, devo esclarecer que também não tiveram dia-a-dia, posto que nasceram distantes uns dos outros nos anos e, por necessidade, saíam de casa muito cedo, cada um pra um lado, estudar na capital. Assim, quando vinha um, o outro já se escafedera. Absolutamente estranhos. Ela, particularmente, tem verdadeiro horror da impressão que os outros construíram a respeito seu e de suas escolhas, pois se enganam até quando olham com boa vontade.
Ali, o pai atraía todos os olhares, só raramente desviados para as artes da Mãe. E ele não fazia por mal. Quem pode com a natureza? Tem gente que simplesmente "chupa luz". Adora essa expressão, bem comum no ambiente em que trabalha. Pois bem, na casa, o Pai reluzia mais que tudo, relegando involuntariamente os outros à invisibilidade. E o fato é que, quando foram obrigados a se olhar, o espetáculo era (é) lamentável.
Ela peleja buscando no Velho referência primeira na investigação daquilo que os impede (apesar das diferenças assombrosas) a quebra definitiva dos vínculos. Por quê na veia de um o sangue corre assim e na de outro corre podre? Por Santo Anastácio, sirva o famigerado sangue para explicar ou aliviar! Há coisas envolvidas que escapam aos julgamentos oficiais, sentenças, etc. São coisas suas, só suas, por menos que queiram assumi-las. E o melhor jeito de conduzi-las terão de descobrir entre si. Ninguém de fora os SALVARÁ (mal posso acreditar que ela me permitiu este verbo). Ainda sobre o sangue, sobre o bem e o mal, eu não sei explicar a relação do veneno com a vacina (ou antídoto?), mas acho a metáfora libertadora, sei que me entendem. E ela há de concordar, nem que seja por preferir cobras e escorpiões a perus de Natal.
Os campos já estiveram carregados de cores e aromas. Se tudo murchou, não importa, a vida se renova. É sempre tempo de semeadura.
Puxa vida, escrevo isto com a melhor das intenções e ela...
Gosta de liberdade mas é toda trabalhada na censura. Tem aversão a mensagens assim, positivas. MESMO QUANDO PRECISA TANTO ACREDITAR.
Quer saber? FÔDA-SE! Não é você que adora um palavrão? Pois pegue estas mal traçadas linhas e meta... Meta lá... meta lá no seu... Furico, eu digo, com um esforço que lhe faz perder o fôlego. Gosto que ria assim. Rio com ela.
Ceronha Pontes
Recife-Pe, 20 de outubro de 2011
P.S.: De fato ela não crê (nem eu e nem você, admita) que estejam protegidas do mal as famílias comuns. Com todo respeito pelas suas festas natalinas. Desde que não a convidem, é claro. E isto é uma súplica.
Na casa nunca uma árvore enfeitada, nem visita de Papai Noel (não acreditam), nem ceia. Alguma prece. Em geral ela chora nesse dia e já desistiu faz tempo de tentar entender. Passa o ano planejando a fuga (porque afinal agregou-se a outras famílias). Nos últimos não conseguiu escapar e foi tudo absolutamente chato.
Vamos admitir que o tema se impôs porque lá muito no fundo lhe perturbará eterna dúvida: e se a sua tivesse sido uma família comum? Muito longe dela sugerir que "incomum" seja especial, acima ou abaixo de qualquer estabelecida média. É que não praticaram Natais, aniversários, bodas, feijoadas de domingo. Encontro algum que lhes pusesse frente a frente, reconhecendo sina comum. Caso estejam pensando que o dia-a-dia devia lhes bastar, devo esclarecer que também não tiveram dia-a-dia, posto que nasceram distantes uns dos outros nos anos e, por necessidade, saíam de casa muito cedo, cada um pra um lado, estudar na capital. Assim, quando vinha um, o outro já se escafedera. Absolutamente estranhos. Ela, particularmente, tem verdadeiro horror da impressão que os outros construíram a respeito seu e de suas escolhas, pois se enganam até quando olham com boa vontade.
Ali, o pai atraía todos os olhares, só raramente desviados para as artes da Mãe. E ele não fazia por mal. Quem pode com a natureza? Tem gente que simplesmente "chupa luz". Adora essa expressão, bem comum no ambiente em que trabalha. Pois bem, na casa, o Pai reluzia mais que tudo, relegando involuntariamente os outros à invisibilidade. E o fato é que, quando foram obrigados a se olhar, o espetáculo era (é) lamentável.
Ela peleja buscando no Velho referência primeira na investigação daquilo que os impede (apesar das diferenças assombrosas) a quebra definitiva dos vínculos. Por quê na veia de um o sangue corre assim e na de outro corre podre? Por Santo Anastácio, sirva o famigerado sangue para explicar ou aliviar! Há coisas envolvidas que escapam aos julgamentos oficiais, sentenças, etc. São coisas suas, só suas, por menos que queiram assumi-las. E o melhor jeito de conduzi-las terão de descobrir entre si. Ninguém de fora os SALVARÁ (mal posso acreditar que ela me permitiu este verbo). Ainda sobre o sangue, sobre o bem e o mal, eu não sei explicar a relação do veneno com a vacina (ou antídoto?), mas acho a metáfora libertadora, sei que me entendem. E ela há de concordar, nem que seja por preferir cobras e escorpiões a perus de Natal.
Os campos já estiveram carregados de cores e aromas. Se tudo murchou, não importa, a vida se renova. É sempre tempo de semeadura.
Puxa vida, escrevo isto com a melhor das intenções e ela...
Gosta de liberdade mas é toda trabalhada na censura. Tem aversão a mensagens assim, positivas. MESMO QUANDO PRECISA TANTO ACREDITAR.
Quer saber? FÔDA-SE! Não é você que adora um palavrão? Pois pegue estas mal traçadas linhas e meta... Meta lá... meta lá no seu... Furico, eu digo, com um esforço que lhe faz perder o fôlego. Gosto que ria assim. Rio com ela.
Ceronha Pontes
Recife-Pe, 20 de outubro de 2011
P.S.: De fato ela não crê (nem eu e nem você, admita) que estejam protegidas do mal as famílias comuns. Com todo respeito pelas suas festas natalinas. Desde que não a convidem, é claro. E isto é uma súplica.
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
pimenta no alheio
Há muito não me dói o cotovelo. Muito mesmo. Aquilo é que era ser feliz! Perdoem-me os que por ventura(?) estejam em plena consumição desta natureza. Não tomem como deboche. Acho-lhes bonita a disposição e tenho inveja da poesia que sua agonia inspira. Justamente procurando uma dor que eu preferisse a esta que ora sinto, pareceu-me, amor não correspondido, a visão do paraíso.
Ceronha Pontes
Recife-Pe, 17 de outubro de 2011
P.S.: Vai dizer que isto não é bonito pra cacete?
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
DESVANECIDA
Desde que me lembro Marie já era uma viciada em bloquinhos de papel. Eu mesma lhe presenteei com alguns de capa dura, os seus preferidos. Carece ver-se de longe e nada mais ilustrativo, nesse sentido, que sua própria e apressada letra arrastando-a para fora das linhas.
Hoje cometi a indiscrição de invadir um desses seus "refúgios". Muitas páginas arrancadas, possivelmente rasgadas, protegidas da curiosidade de "estranhos". Não deixa de ser triste, pois é como a própria Marie se desintegrando. Nas que sobraram (de propósito, creio), sugestões de como adoçar a vida. Estou mais vermelha que a cereja do bolo, envergonhada por perseguir-lhe o mistério, insistindo ainda em adivinhá-la na receita do Tiramissu. Porque Marie, ah!, Marie combina o improvável. Exatamente como misturar café com ovo cru e cream cheese.
Ceronha Pontes
Recife-Pe, 14 de outubro de 2011
P.S.: E ainda umas raspas de limão.
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
LENTIDÃO
Julieta sofre de disciplina cancerígena. É. Tanto rigor favorece o surgimento desses mondrongos malignos.
E se ela se mata vagarosa e assídua sem que ninguém se dê conta? Me ocorreu agorinha a possibilidade do engenho. Ser, estar, cumprir a tempo e espaço justamente adequados e, por tão discreta expressão, inascessível socorro.
Partir-se. Na hora que estabeleça, sem milésimo de segundo de diferença. Exata.
Hei de devolvê-la à perdição. Distraída do próprio mal, dance como naqueles tempos que eu fico "grog" só de lembrar.
Ceronha Pontes
Recife-Pe, 12 de outubro de 2011
P.S. Entre as coisas que nos moviam:
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
domingo, 9 de outubro de 2011
Os bárbaros
Frustradas as "comemorações" pela chegada, enfim, ao fundo do poço. Ah, decepção! Eis que, em pleno domingo (quando foi mesmo que até Aquele descansou?), surge mais um bicho escavador, reinstaurando o assombro.
Sugere-se diplomacia no trato com o animal, o que seria menos difícil, não fosse a galera da pirotecnia, que não se satisfaz com o minimalismo adotado pelos "donos da trama".
De um lado, a ignorância empata uma melhor solução para o conflito. Do outro, uma gente em quem a vida não doeu o bastante, se enxerindo em decidir destinos.
Entre o bicho que pega e o que come, salva-me Drummond, com seus ombros largos, sustentando mundos.
"Alguns, achando bárbaro o espetáculo
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação."
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação."
Ceronha Pontes
De Joâo Pessoa-PB, 09 de outubro de 2011
sábado, 8 de outubro de 2011
Como reconhecer um príncipe
Ao Eros
Um príncipe é aquele que chega quando tu estás por um triz, a um passo de ser engolida pelo vulcão. Então ele te estende a mão com a serenidade dos justos. Dos justos, eu disse, e não dos profissionais da Justiça. Quando te põe à salvo, te fala verdades com bom humor infalível, ri de teu cabelo metade vermelho, metade sei lá, te livrando um pouco da seriedade habitual com que tu te enxergas. Um príncipe impede que teu ódio cresça e tu te tornes um alvo fácil para o inimigo. Com um príncipe do lado, não é difícil reconhecer naquele que te ameaça, um bicho fraco, destituído dos valores que te fazem forte e, portanto, muito mais digno de tua compaixão que de tua fúria. Um príncipe te "rouba" um instante da dura realidade em que te encontras, te leva ao cinema para ver Capitães da Areia e segura forte a tua mão, sem se importar com o fato de que ali tu choras apaixonada por outro, o Pedro Bala, como quando adolescente, devorando Amado.
Depois de tudo, recobradas as tuas energias, não serás capaz de usar as mesmas armas daqueles que te fazem sofrer, pelo simples e determinante fato de que, para ti, os fins jamais justificarão os meios, e tens a companhia de um príncipe, à procura dos caminhos certos, com a consciência inabalável. Para completar, um príncipe de verdade te faz acreditar tanto em ti mesma, que até poderias seguir sem ele.
Ceronha Pontes
De João Pessoa-PB, 08 de outubro de 2011
P.S.: Tava aqui pensando com meu lamentável preconceito, que não dá pra confiar em meninas que não se apaixonaram pelo Pedro Bala.
P.S.: Tava aqui pensando com meu lamentável preconceito, que não dá pra confiar em meninas que não se apaixonaram pelo Pedro Bala.
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
Adiamento indesejado
Queridos amigos, é com muito pesar que comunicamos o adiamento da estréia de CAMILLE CLAUDEL, que deveria acontecer na cidade do Recife, no próximo dia 07 de outubro, no ANGU (sede do Coletivo Angu de Teatro).
O espetáculo já era conhecido do público pernambucano por sua participação no Festival Recife do Teatro Nacional em 2006, quando foi apresentado no Teatro Hermilo Borba Filho, palco preferido de muitos artistas de teatro daquele lugar, entre os quais ouso me icluir, pois mesmo quando atuava em Fortaleza, já conhecia a maravilha de espaço que é o Hermilo. Desta vez, no entanto, e com a mesma e tamanha vontade, seria o momento de apresentá-lo num espaço alternativo, constituido por uma área aberta com jardins e corredores, terminando por acolher o público no antigo ateliê de Xuruca Pacheco. Sem contar as lembranças que os recifences guardam da Casa de Bamba que ali funcionava. Por tudo isso acreditávamos que seria ambiente especialmente favorável a esta experiência.
A vida real se impôs de modo a esticar minha temporada em Tamboril-Ce, minha cidade natal, e não há como retornar ao Recife a tempo de nos encontrarmos com esta Camille (vivida através de minhas limitações, é claro, mas também de minha profunda admiração por sua obra e pessoa) na data prevista. Juntos, vocês e eu, reunidos em torno deste "tema", acredito realmente que pudéssemos fazer crescer o clamor daquela artista dotada de extraordinário talento, mas que, para nossa indignação, teve sua vida arruinada e sua obra por muito tempo esquecida.
A Tear Companhia de Teatro(Fortaleza-Ce), onde nasceu este trabalho, desde que eu ali pesquisava, inclinou-se sempre para o tema da opressão. Como explicar essa necessidade de abafar, destriur, banir aqueles que, por algum atrevivento da natureza, vieram selvagens, rebeldes, vibrantes, dotados de uma força criativa absolutamente imprevisível? Sobretudo (quanto a Camille), como explicar a violência com que a mediocridade se lança sobre um espírito livre e revolucionário que ousa instalar-se num corpo de mulher?
Incapaz de me calar a respeito, ofereci minha humilde carne através de algum talento para a arte de repesentar, a este exercício e missão, que gostaria tanto de partilhar com vocês a partir deste 07 de outubro. O impedimento que ora se impõe não deverá nos afastar por muito mais tempo. Nem eu sobreviveria a isto. Tão logo possa "voltar para casa" (e depois dos últimos acontecimentos Recife se afirma cada vez mais como tal), nos encontramos. Senão no ANGU, em algum outro lugar e data que informarei aqui e na página do facebook, além dos outros meios de comunicação menos íntimos, mas, de praxe e eficiência.
Vamos conversando.
Abraço vocês com o carinho de sempre.
Ceronha Pontes
De Tamboril-Ce, 30 de setembro de 2011
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
Sobre não morrer
Para Luce Pereira
Querida Lucille,
Hoje Ela cantou. Pareceu-me que não se dava conta de que o fazia, mas, cantava, e isto me trouxe a esperança que ora divido contigo. Depois começou a recitar aquele teu "Um tango com Frida Kahlo", experimentando involuntariamente um gestual que diz mais da outra Criatura. Confuso assim: a fala de uma no corpo da outra. Em tudo, Ela.
Tanto a do Tango quanto a francesa, apartadas de seus dons, desfalecendo em ambiente desfavorável. Vê-se assim.
Bem quando vomitava aquilo sobre "que dissolvessem com golpes firmes o (seu) meu delírio pelos...", acordou. E chorou. Não, querida, talvez não fosse apenas desesperança. Eu mesma me lembrei de um teu choro bom, quando daquela que consideraste a melhor exibição do Tango. As condições do teatro naquela cidade em que Ela sempre odeia se apresentar eram tão ruins que Ela chutou o balde, como gosta de dizer, tentando superar as adversidades entregando-se de um modo que a aproximou tanto daquilo que concebeste, que tu choravas, Lucille, fazendo-a gabar-se por atingir momentaneamente a compreensão plena da (antes tua) Criatura. Ela bem sabe (e por isso não se furta de vivê-los) que esses instantes são raros, Lucille, porque milagrosos. O lugar em que Ela está agora se encontra tão completamente arruinado, que só por milagre mesmo se levantará, Ela crê. Tenho vontade de dizer a Ela sobre os benefícios do tempo, mas, é melhor esperar o tempo certo de fazê-lo.
Não sabe ainda como ser mais forte do que alguma vez. Porque agora não é artifício, querida, e Ela dói a ponto de não reconhecer os recursos para lidar com tragédia tão real. Sente e pensa as coisas mais feias. Deixemos. Precisa.
Entre vingados e fodidos, figura entre estes últimos, e não há outras classificações para os envolvidos em tão dolorosa questão. Fodidos. Ela gosta de palavras baixas. Eu também. Digamos. Preciso.
Mas, Lucille, o real motivo desta carta (escrevo com aquela caneta que touxeste de Nova Iorque e deste a ela quando trocavam contos "galeânicos " por fantásticos, e lamento que chegue a ti em letra impessoal e fria) é que hoje Ela cantou. A voz era triste, a música nem sei, mas, não importa. Cantar não te parece um bom sinal? Sempre lembro do cara do Pavão Mysteriozo dizendo que isto parece com não morrer. Creio absolutamente e sei o que vai em ti, a respeito. Por isto o comunicado: ELA CANTOU.
Abraço meu. E dela. Se pudesse.
Charlotte.
P.S.: E eu que pensava que não apareceria por aqui tão cedo. Me diga, Lucille, como imaginas o cenário, quando é Charlotte quem se revela a mais lúcida? (Risos.)
Por Ceronha Pontes
De Tamboril-Ce, 28 de Setembro de 2011.
Querida Lucille,
Hoje Ela cantou. Pareceu-me que não se dava conta de que o fazia, mas, cantava, e isto me trouxe a esperança que ora divido contigo. Depois começou a recitar aquele teu "Um tango com Frida Kahlo", experimentando involuntariamente um gestual que diz mais da outra Criatura. Confuso assim: a fala de uma no corpo da outra. Em tudo, Ela.
Tanto a do Tango quanto a francesa, apartadas de seus dons, desfalecendo em ambiente desfavorável. Vê-se assim.
Bem quando vomitava aquilo sobre "que dissolvessem com golpes firmes o (seu) meu delírio pelos...", acordou. E chorou. Não, querida, talvez não fosse apenas desesperança. Eu mesma me lembrei de um teu choro bom, quando daquela que consideraste a melhor exibição do Tango. As condições do teatro naquela cidade em que Ela sempre odeia se apresentar eram tão ruins que Ela chutou o balde, como gosta de dizer, tentando superar as adversidades entregando-se de um modo que a aproximou tanto daquilo que concebeste, que tu choravas, Lucille, fazendo-a gabar-se por atingir momentaneamente a compreensão plena da (antes tua) Criatura. Ela bem sabe (e por isso não se furta de vivê-los) que esses instantes são raros, Lucille, porque milagrosos. O lugar em que Ela está agora se encontra tão completamente arruinado, que só por milagre mesmo se levantará, Ela crê. Tenho vontade de dizer a Ela sobre os benefícios do tempo, mas, é melhor esperar o tempo certo de fazê-lo.
Não sabe ainda como ser mais forte do que alguma vez. Porque agora não é artifício, querida, e Ela dói a ponto de não reconhecer os recursos para lidar com tragédia tão real. Sente e pensa as coisas mais feias. Deixemos. Precisa.
Entre vingados e fodidos, figura entre estes últimos, e não há outras classificações para os envolvidos em tão dolorosa questão. Fodidos. Ela gosta de palavras baixas. Eu também. Digamos. Preciso.
Mas, Lucille, o real motivo desta carta (escrevo com aquela caneta que touxeste de Nova Iorque e deste a ela quando trocavam contos "galeânicos " por fantásticos, e lamento que chegue a ti em letra impessoal e fria) é que hoje Ela cantou. A voz era triste, a música nem sei, mas, não importa. Cantar não te parece um bom sinal? Sempre lembro do cara do Pavão Mysteriozo dizendo que isto parece com não morrer. Creio absolutamente e sei o que vai em ti, a respeito. Por isto o comunicado: ELA CANTOU.
Abraço meu. E dela. Se pudesse.
Charlotte.
P.S.: E eu que pensava que não apareceria por aqui tão cedo. Me diga, Lucille, como imaginas o cenário, quando é Charlotte quem se revela a mais lúcida? (Risos.)
Por Ceronha Pontes
De Tamboril-Ce, 28 de Setembro de 2011.
sábado, 24 de setembro de 2011
As coisas feias
Neste momento Mariana vê o mundo mais perverso do que alguma vez. Dói de dor de morte, sendo que a lembrança desta nem lhe parece tão feia se comparada a, mas, na falta do que se aproxime...
Esperam de Mariana um ato heróico incompatível com a sua condição de rato. Talvez porque pareça um leão, pobrezinha. Impotência e, pior, um medo intransponível ela experimenta sem conseguir ser amparo o bastante para Marianona e Marianinha.
Um tio lhe falou sobre noites mais longas que o fim do mundo. Os dias também, ela pensa. Aonde se cumpre o fim comprido do mundo? Será que lá se acaba este padecimento?
Ceronha Pontes
De Tamboril-Ce, 24 de setembro de 2011
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Ressuscita-me!
Luz no fim do túnel, teu nome é teatro. Ah, o teatro!
Foi sempre menos difícil atravessar a tempestade com uma estréia marcada. Porque o teatro não renega as coisas do viver, mas se alimenta delas. De um extremo a outro de ser, abraça. Toda gente cabe, todo sentimento, toda sensação, toda vontade, toda negação. A prática teatral me deixou mais "profissa" na vida. Eu acho. Me gabando. Pode parecer coração endurecido, mas tomei foi preguiça dos excessos. Na vida ou na cena só o que serve à composição perfeita. Pouco importa se não se atinge. Persigo, passo a passo, o belo e seu avesso. Meu corpo entregue em poesia de carne.
Atirada a minha dor subliminar na sua cara, caro leitor, o convite:
CAMILLE CLAUDEL
estréia 07 de outubro, às 20h, no ANGU.
Rua dos Artistas, 160, Torre, Recife-Pe
(antiga Casa de Bamba)
Ceronha Pontes
terça-feira, 13 de setembro de 2011
sem título
Para Ihas
Noite de lua imensa esta. E linda. Ela estava assim também, quando o Papai se foi. É das poucas imagens que guardo realmente vivas. Começo de noite, vez em quando me voltava para apreciar o cortejo atrás de mim. Porque fui lá na frente (parte do tempo ao lado de meu Padrinho Helênio), sóbria, serena, cabeça erguida, orgulhosa do Edson. Aquela lua, nascida por detrás da Serra das Matas, um farol iluminando o grande final.
Me lembro que também o dia havia sido bonito. Fui de Fortaleza a Tamboril agradecendo as poucas e bem dispostas nuvens que se arrastavam lentas no magnífico azul, reverenciando meu Pai. O choro só viria depois. E era também bonito porque foi o mais carregado de amor que já derramei.
Tanta necessidade de encontrar beleza naquele que devia(?) ter sido meu dia mais infeliz (e foi bem o oposto), é porque tive tempo de vê-lo doer, doer, doer, doer até que me parecesse justa a morte. E não que seja melhor assim que de outro jeito. Nem pior. Meu olhar (instinto de sobrevivência?) elegeu esses lances, e assim me defendo.
Depois, como hoje, veria a danada chegar abrupta, metendo a sua foice no fio de quem tanto importa a quem amo. É quando me rendo às preces, pedindo aos deuses e ao Santo Anastácio que façam o que minha impotência não alcança. Urgentemente!, tenho vontade de gritar. URGENTEMENTE! Chegue logo o tempo de quem amo vir que ter amado tudo, tudo, tudo, sem dever nadinha, nos devolve à calmaria.
Cé
13 de setembro de 2011
domingo, 11 de setembro de 2011
"Um táxi pra Paris"
Como vêem, não tenho muito o direito de reclamar da vida, mas, com este meu temperamento lunar, me ocupo justamente em sofrer o fato de o Acaraú não constar mais na lista de opções. Gente é um bicho muito insatisfeito.
Seque um vídeo todo especial para o Ed, só pra ele saber o que a gente andou perdendo lá em Fortaleza esses dias.
- Menino, vamo marcar um guaraná no Damião, uma have no Betão? Pô, nosso pedaço, afinal.
Sem contar que a partitura da Leona é uma aula. Sério. Sério mesmo.
- Menino, vamo marcar um guaraná no Damião, uma have no Betão? Pô, nosso pedaço, afinal.
Sem contar que a partitura da Leona é uma aula. Sério. Sério mesmo.
SEM ASSUNTO
- Hoje usei o controle remoto pra acender o fogão e pausar a programação da tv. Juro pelo Papai.
- E tou matando a sede com Aquarius Fresh até amanhã. Esqueci mais uma vez de comprar água.
- Olho o relógio e esqueço imediatamente a hora.
- Não aprendo mais letra de música. Nunca olhei tanto o encarte ou o google, se quero acompanhar.
- Leio, mas não sei o que me leva à página seguinte.
- Em menos de um mês me livrei de dois atropelamentos na minha esquina. Pra quê tanto carro no mundo?
- O QI despencou.
- Sem inspiração, nem vontade. Vontade nenhuma. O dever me salva.
- Quando é que eu "como" os meus dedos que só vejo quando já estão inflamados?
- Comprei uma revista com a seguinte manchete: Como não pagar mico na balada. ???
- E já não enxergo nem decoro textos como antigamente.
Ficando brôca. E cega.
Será idade? Será saudade? Será o fim?
De qualquer modo, "o pulso ainda pulsa". Prefiro cortar o cabelo mesmo.
Ceronha Bisonha
P.s.: Pelo amor de Deus, nada de e-mails com orações ou slides horrorosos, tipo auto-ajuda ou campanhas terroristas por uma vida saudável.Arrg!
sábado, 10 de setembro de 2011
BOM DIA!!!
Hoje, às seis da matina (fui dormir por volta das três), uma maluca interfonou tão insistentemente que atendi assustada. Queria saber se tem apartamento pra alugar aqui. E não existe placa alguma indicando isto, vejam bem. Dei-lhe um esculacho em cearês que pode promover efeitos devastadores.
Continuou chamando outros apartamentos. Lembrei-me do Velho G, que precisa de repouso, e corri pra tentar impedir que ela tocasse lá. Melhor responder de uma vez, pensei. Não deu tempo. O Velho já estava na janela, que fica bem em frente ao portão, conversando tão educadamente com a criatura, que me enchi de remorso. Fiquei ouvindo o papo. Ela (uma senhorinha meio desnorteada) perguntava a mesma coisa repetidas vezes, como se não entendesse ou aceitasse. Queria por fim da força despejar alguém ou, sei lá, morar conosco(?). Fino, meu amigo respondia quantas vezes, com a paciência dos bons. Ah, se eu soubesse despachar os inconvenientes com a mesma classe e doçura do G!
Ela era só alguém precisando muito estar em contato. O mundo não tá lá essas coisas mesmo, né? Então, pra quê acrescentar em desgosto soltando os cães raivosos deste meu peito enérgico sem noção?
Tardiamente me dei conta de que a tal senhora havia operado um milagre. O Velho, bem fraquinho, há dias nem se sustentava em pé e, no entanto, esta manhã conseguiu ir até à janela para atendê-la. Com a sua M. (que falta nos faz!), sempre esteve a postos pra ajudar a quem quer que fosse. A mim, inclusive. Abusivas vezes.
Será que eu devia ter convidado a criatura pra um café?
Pontes
Recife-Pe,10 de sentembro de 2011
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