Ao Eros
Um príncipe é aquele que chega quando tu estás por um triz, a um passo de ser engolida pelo vulcão. Então ele te estende a mão com a serenidade dos justos. Dos justos, eu disse, e não dos profissionais da Justiça. Quando te põe à salvo, te fala verdades com bom humor infalível, ri de teu cabelo metade vermelho, metade sei lá, te livrando um pouco da seriedade habitual com que tu te enxergas. Um príncipe impede que teu ódio cresça e tu te tornes um alvo fácil para o inimigo. Com um príncipe do lado, não é difícil reconhecer naquele que te ameaça, um bicho fraco, destituído dos valores que te fazem forte e, portanto, muito mais digno de tua compaixão que de tua fúria. Um príncipe te "rouba" um instante da dura realidade em que te encontras, te leva ao cinema para ver Capitães da Areia e segura forte a tua mão, sem se importar com o fato de que ali tu choras apaixonada por outro, o Pedro Bala, como quando adolescente, devorando Amado.
Depois de tudo, recobradas as tuas energias, não serás capaz de usar as mesmas armas daqueles que te fazem sofrer, pelo simples e determinante fato de que, para ti, os fins jamais justificarão os meios, e tens a companhia de um príncipe, à procura dos caminhos certos, com a consciência inabalável. Para completar, um príncipe de verdade te faz acreditar tanto em ti mesma, que até poderias seguir sem ele.
Ceronha Pontes
De João Pessoa-PB, 08 de outubro de 2011
P.S.: Tava aqui pensando com meu lamentável preconceito, que não dá pra confiar em meninas que não se apaixonaram pelo Pedro Bala.
P.S.: Tava aqui pensando com meu lamentável preconceito, que não dá pra confiar em meninas que não se apaixonaram pelo Pedro Bala.
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