domingo, 11 de dezembro de 2011

Estrelas, Leões... Quem mais?



Tem assunto que não consegue realizar a longa travessia entre o coração e o lápis (ou o teclado). 
Insisto. A palavra é o que me excede. Assim, retida, me rouba os dias. Feito cigarro. Um por sete, ouvi dizer. Ao menos me convenci a só fumar em cena. Não cesso de procurar este desvio nos personagens, confesso. Encontro. No entanto, fora de cartaz. Infeliz da vontade.
Isto aqui agora também é procura. Procuro canais. Procuro leveza. Escrevo c-a-n-a-i-s, escrevo l-e-v-e-z-a. Quê mais escrevo?
...
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Escrevo e-n-c-o-s-t-o. Foi um passarinho malvado quem me soprou. Podendo representar conforto, eis que a entonação do bicho sugere o contrário. Leitura perfeitamente possível. D-e-s-c-o-n-f-o-r-t-o, escrevo. Sinto. 
Olha, eu sinto muito.
...
...
...
D-e-l-e-t-a-r, escrevo. Conselho da vaidade. Considero. Realizo.
R-i-s-c-o. Agora quem soprou foi a pulguinha inteligente e modesta que me persegue. Dados supostamente destruídos podem ficar arquivados em lugares insuspeitos, explodindo a qualquer moment... POU!
Garganta explodida, estômago explodido, cérebro explodido, coração explodido. 
Maldito instinto de sobrevivência. 
Escrevo outra vez: 
S-O-B-R-E-V-I-V-Ê-N-C-I-A.
...
...
...
M-i-o-j-o, escrevo. Putz, ainda escrevo?
Significado de miojo: falta de opção. Ou seria de inspiração? De qualquer modo, é o que me aguarda. Fui.
Não sem antes lhes presentear com uma jóia que me enche os olhos cada dia mais. Ah, porque eu entendo por sobrevivência aquilo lá de não perder a ternura. 
Sin perder la ternura jamás, escrevo (sem soletrar pois já estou de saco cheio e imagino que vocês também) e pergunto: precisa de nota de rodapé?


Paradis ilustrando outra vez as tais entrelinhas.




Ceronha Pontes
11 de dezembro de 2011


P.S. (12/12/2011) Dúvidas chegando via e-mail. Pra sacanear, né?A jóia é a Vanessa, minha gente. Se bem que o Che...

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