Ela chega uma legião trazida pela madrugada. Entra na ponta dos pés de tantas! Se espalha silenciosa fincando bandeiras pela casa. Depois, já desnuda, reagrega-se sob o chuveiro de onde a água morna que escorre demora rios a levar o cansaço de grande elenco.
Restando só uma, só ela de novo, acomoda-se ao lado do homem que dorme como se nunca o abandonasse.
Talvez ele sempre o fizesse, mas era a primeira vez que flagrava o seu despertar assombrado a procurá-la no meio da noite. Agora ela estava lá e se abraçaram como quem dependesse. Reafirmaram em silêncio antigas promessas e depois, muito depois, adormeceram um corpo de dois.
Quando a claridade se impôs, antes de abrir os olhos ela estendeu o braço ao longo da cama. O vazio. Era de dia que o mundo clamava por ele. Partira.
Quem conhece o lugar garante que também as bandeiras dele tremulam solenes. É território estranha, mas amorosamente compartilhado. Imune aos corrosivos das diferenças e desencontros.
"O seu planetário minha lamparina": http://www.youtube.com/watch?v=82vZitBmqIs
CERONHA PONTES
Recife-PE, 09 de julho de 2010
A insegurança e a capacidade de se renovar, ser conquistado a cada minuto.Tudo isso vale a pena se o amor não é pequeno.
ResponderExcluirOlha, o Chico ilustrou direitinho!
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