terça-feira, 27 de dezembro de 2011

PRINCESA BURLESCA



Minha Nossa Senhora da Besteira, se até o Santo Anastácio me deu o cano neste ano de cão (perdão), apelarei pra quem mais? Oh, curandeira de males físicos e espirituais, aliviai, aliviai!


Então...


Apaixonada pela Vanessa Paradis, nunca disfarcei. Não raramente vocês a encontram por aqui. Justamente, aquela menininha francesa que cantava um hit famoso no Brasil também, numa versão que marca a carreira da Angélica. Sigam-me em português mesmo:
"Vou de táxi
cê sabe,
tava morrendo de saudade".
Minha gente, se eu nunca fiquei constrangida nem com o meu passado de menudete, me poupe de olhares atravessados, ok?
Ainda mocinha Vanessa já dividia o palco com Serge Gainsbourg, imaginem. Mais tarde com Jeanne Moreau, e outros grandes artistas franceses. Também atriz, ganhou meu coração quando fez Élisa (de Jean Becker) com Gérard Depardieu. O filme é uma homenagem a uma cancão bonita de Gainsbourg. Vanessa está deslumbrante. Seus olhos mais lindos do mundo provocados pela força de Gérard, me incendeiam.
Dona de um "ziriguidum" fora do comum, se casa com Johnny Deep (ai, as suas mãos de tesoura!) e por aí vai.
Pois bem, Élisa figura entre os meus filmes preferidos, no meio de pérolas como Le Bal (Ettore Scola) e Arca Russa (Sokurov) e os entendidos não perdoariam, e daí? Meus livros de filosofia sempre estiveram  misturados com revistas de fofoca e nem resultei na criatura mais idiota. Mais idiota, não. Ah, isso não! Depois, Élisa não desce ao nível de Minha Novela, pelo amor de Zeus. É bonito e ponto.
Como toda pessoa apaixonada, vira e mexe busco aquela loura criatura sempre a perturbar o arruinado compositor Jacqes Desmoulin (Depardieu), bêbado e triste de dar dó. Mas até encontrá-lo, e foi o que me trouxe aqui, Marie (Paradis) convivia com personagens encantadores. Entre eles a amiga Solange, vivida pela Clotilde Courau, que eu só tinha visto ali. Para mim (como é que pode?) era como se Solange fosse de verdade, sabe? A cena da despedida das duas me faz chorar anos depois.
Ao contrario de como me comporto com a Vanessa, perseguindo-a em sites de música, cinema, moda e, é claro, fofoca, nunca quis saber de Clotilde Courau nada além de Solange. É extraórdinário que tenha conseguido ignorá-la por tanto tempo apesar da internet e, principalmente, sendo a moça dona de um vasto currículo no cinema, com várias indicações, prêmios e um título de Princesa. Pois é, casou-se a menina Solange com o Príncipe de Veneza e Piemonte, Emanuele Filiberto de Sabóia, neto do último rei da Itália, Umberto II. Claro que, ali, hoje os tais títulos são concedidos por gentileza, unicamente. Não importa. A menina Solange virou Princesa. E das menos convencionais. 
A exemplo da diva Dita Von Teese (habitué dos sites de moda), nossa Princesa em questão também fez correr seu sex appeal pelos palcos do Crazy Horse, o mais famoso cabaré de Paris. Claro, tem aquele meu lado "feia inteligente" (e modesta), que queima tico, teco e variantes no sentido de se articular contra toda e qualquer manifestação que coloque o feminino como objeto de consumo, mas, acaba gritando mais alto a máxima do Vinícius, a quem concedo o meu mais legítimo perdão, e me rendo: aprecio a beleza, despudoradamente. Sou uma artista, afinal.
Reencontrei Courau por uma curiosidade nunca antes manifestada, ao velho estilo "por ande anda fulaninha de tal?". E se abriu um sem número de janelas por onde "curiar" sua realeza. Entre as tais, Crazy Horse. Uma princesa no cabaré? Uau! Surpresa feliz.
Agora fico mais outros dezesseis anos sem vê-la. Em 2027, abro um desdobramento do youtube e, tan dam!, Princesa de Sabóia e Vanessa Paradis, "de idade", mas ainda inspiradoras, patinando no gelo outra vez. 
L'érotisme, la sensualité, la féminité...  
Quê mais, minha Santa? O link? Ok.


http://www.youtube.com/watch?v=qcQVFSC5qAA 


ADMIRAI!

Ceronha Pontes
Recife-Pe, 27 de dezembro de 2011

Um comentário:

  1. Cé mulher, uma enxurrada de passado gritou aqui nesse post, a princesa (que tá lindíssima no Cabaret) ficou em segundo plano filha, MENUDO foi demais (fui no outro post), e mais ainda, ver Vanessa Paradis menina cantando "Vou de taxi"(nunca tinha visto, nem sabia que era ela a "dona" da versão principal). Só conversando pessoalmente.
    Amei o besteirol, me foi útil. hahahahahahahaha
    Beijo Flor.

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