quinta-feira, 15 de setembro de 2016

PEIXE-BOI

(Para Ihasmin)
Adolescente ainda li o verso do Drummond como uma advertência:
"A vida não chega a ser breve".
Pois então digamos às pessoas o quanto elas são importantes para nós. Rapidamente toda essa grande grande coisa que a gente pensa que é se mistura à poeira do esquecimento e, de novo o Drummond:
"Amor é a descoberta de sentido no absurdo de existir".
Por que isso? É que fui despertada, caramba, justo hoje, por um Peixe-Boi imenso e colorido enfeitando a perna branquinha da minha enteada. Acompanhavam o bicho mensagens carinhosas e felizes de partilha, enfeitadas com coraçõezinhos cor de rosa.
Mais de vinte anos que ela me recebeu na sua vida e mesmo agora, com tudo reconfigurado (amorosamente reconfigurado, é bom lembrar), permitir-me um lugar nas suas alegrias é das coisas mais preciosas para mim. A certeza de que tudo que o amor quis de nós ele teve. Ele TEM. Assim, presente e profundo.
Agora fazem morada em nossa pele tatuagens aos pares. Ela soma quatro e eu duas. Dizem que número par de tatuagens dá azar. DUVIDO. Nada pode o azar contra a alegria e o amor que, de verdade sendo, não morre.
Eros e Cristina, minha gratidão eterna por trazerem esta criatura ao mundo e me permitirem um bonito lugar de madrasta nesse lance. E sim, eu estou molinha mesmo, me derramando e escorrendo sem trégua, mas não à toa. A vida dói mas não tenho o direito de duvidar que ela é boa se, por exemplo, vocês existem.
Com amor,
Cé.
P.S.: Ihas, acho que vou trocar a figura do caracol (ideia de terceira tatoo) por um Condor dos Andes. Faz mais sentido para essa eterna família que eu sempre vou sentir na pele.

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