Quero
morrer, mas, que grandessíssima merda, não estou vencida. Ainda tenho um
escafandro. Visto-o. Afundo. Cá embaixo vejo o que sequer teve tempo de
ser inventado, desgastado, abandonado ao mar. Recolho o que não foi. Derramo-me
nessas águas fundas e sei que na superfície o mar parece ameaçador, posto que o
faço crescer enormemente com meu sal.
Um vestígio seu, eu imploro às forças da
natureza. Um sinal, um gosto. Mas é tudo
sal, e sal em excesso não realça o sabor. Mata-o.
Mate-me!
Ceronha
Pontes
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