terça-feira, 15 de julho de 2014

Intervalo III


Há tempos em que qualquer solicitação, sobretudo as mais carinhosas, apavoram. Faz-se a "morta" de cozinheira e é já estar viva o suficiente.
Triste dizer não aos gentis, aos amorosos, aos verdadeiros, então ela foge do telefone como o cão da cruz. O fixo, por exemplo, afônico de tanto gritar em vão. Mas hoje, perigando cegar, saiu da caverna. O intento valia o risco e a companhia do CK valia toda concessão à carne de porco frita na manteiga de garrafa, acompanhada de farofa, feijão verde e vinagrete num boteco de mercado. Com cerveja bem gelada, obviamente.
A conversa tinha foco nos amantes M e V.
Estava escuro já, quando se encavernou outra vez.  E não se arrepende um grama do coração acuado no peito atravessando a cidade como se fosse ser encontrado por uma bala perdida. Nem da enxaqueca dos infernos que lhe custou a ousadia. Sim, M e V convidam a doer no inferno e a provar do tempero daquele.
Mais não digo, nem sob tortura.

O vídeo ilustrativo deste intervalo não podia ser outro:


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