sábado, 31 de dezembro de 2011

Lá vem o sol



Confundir ou esquecer minhas senhas e quase não conseguir abrir o próprio blog, é das mais tolas ilustrações do quanto bato portas na minha cara. Os modos mais dramáticos me recuso a contar, que é para não reafirmar com palavras. Mas a vida me quer bem e abre brechas salvadoras. Não podendo mandar o desgosto pra lixeira, todavia, também há doçuras que levar deste 2011 "da gota".


1- Essa febre que não passa, a peça. Pelas pessoas todas envolvidas na montagem: Luce Pereira, André Brasileiro, Marcondes Lima, Tadeu Gondim, Amanda Lyra, Maeve Jinkings, Gisele Andrade, Lúcia Helena, Ivo Barreto, Sávio Uchôa, Fernando Araújo, Gustavo Araújo, Maria do Céu, Ira Galdino, Henrique Macedo, Arilson Lopes, Tuca Siqueira, Dani Varjal, Rafael Escócio, Luciana Raposo, Maria Lima, Júnior, e mais um monte de gente que trabalhou, torceu, contribuiu.


2- Ainda sobre a febre, guardo para sempre Hermila Guedes (a Pitonisa de Cabrobó), Hilda Torres (a mais doce), Josi Guimarães (a dona da música), Mayra Waquim (minha irmã), Márcia Cruz  (infinity e totalmente sem fronteiras), Nínive Caldas (ajuda mamãe!). E chegando Helijane Rocha (a nossa Lili).


3- Ao longo do ano reencontrei gente querida que continua querida.


4- Tamboril. O tempo que pude em companhia da Vó.


5- Não economizei no "EU TE AMO, ANINHA!", e ela respondeu : "EU TAMBÉM, MINHA 'GOTOSA'!".

6- Os da família de sangue e/ou coração que estiveram presentes e mantiveram a calma.Eros, mais especialmente, pelo modo como inspira harmonia em meio ao "tiroteio".Em algum momento prevaleçam o bom senso e a justiça.


Blogueiros queridos meus, saúde e inspiração nunca nos falte. Amor se propague.


E fiquem com uma estrela que nos deixou nos 11, de tanto não caber em si.


A segunda canção preferida da Lili:


Ceronha Pontes
Recife-PE, 31 de dezembro de 2011

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

PRINCESA BURLESCA



Minha Nossa Senhora da Besteira, se até o Santo Anastácio me deu o cano neste ano de cão (perdão), apelarei pra quem mais? Oh, curandeira de males físicos e espirituais, aliviai, aliviai!


Então...


Apaixonada pela Vanessa Paradis, nunca disfarcei. Não raramente vocês a encontram por aqui. Justamente, aquela menininha francesa que cantava um hit famoso no Brasil também, numa versão que marca a carreira da Angélica. Sigam-me em português mesmo:
"Vou de táxi
cê sabe,
tava morrendo de saudade".
Minha gente, se eu nunca fiquei constrangida nem com o meu passado de menudete, me poupe de olhares atravessados, ok?
Ainda mocinha Vanessa já dividia o palco com Serge Gainsbourg, imaginem. Mais tarde com Jeanne Moreau, e outros grandes artistas franceses. Também atriz, ganhou meu coração quando fez Élisa (de Jean Becker) com Gérard Depardieu. O filme é uma homenagem a uma cancão bonita de Gainsbourg. Vanessa está deslumbrante. Seus olhos mais lindos do mundo provocados pela força de Gérard, me incendeiam.
Dona de um "ziriguidum" fora do comum, se casa com Johnny Deep (ai, as suas mãos de tesoura!) e por aí vai.
Pois bem, Élisa figura entre os meus filmes preferidos, no meio de pérolas como Le Bal (Ettore Scola) e Arca Russa (Sokurov) e os entendidos não perdoariam, e daí? Meus livros de filosofia sempre estiveram  misturados com revistas de fofoca e nem resultei na criatura mais idiota. Mais idiota, não. Ah, isso não! Depois, Élisa não desce ao nível de Minha Novela, pelo amor de Zeus. É bonito e ponto.
Como toda pessoa apaixonada, vira e mexe busco aquela loura criatura sempre a perturbar o arruinado compositor Jacqes Desmoulin (Depardieu), bêbado e triste de dar dó. Mas até encontrá-lo, e foi o que me trouxe aqui, Marie (Paradis) convivia com personagens encantadores. Entre eles a amiga Solange, vivida pela Clotilde Courau, que eu só tinha visto ali. Para mim (como é que pode?) era como se Solange fosse de verdade, sabe? A cena da despedida das duas me faz chorar anos depois.
Ao contrario de como me comporto com a Vanessa, perseguindo-a em sites de música, cinema, moda e, é claro, fofoca, nunca quis saber de Clotilde Courau nada além de Solange. É extraórdinário que tenha conseguido ignorá-la por tanto tempo apesar da internet e, principalmente, sendo a moça dona de um vasto currículo no cinema, com várias indicações, prêmios e um título de Princesa. Pois é, casou-se a menina Solange com o Príncipe de Veneza e Piemonte, Emanuele Filiberto de Sabóia, neto do último rei da Itália, Umberto II. Claro que, ali, hoje os tais títulos são concedidos por gentileza, unicamente. Não importa. A menina Solange virou Princesa. E das menos convencionais. 
A exemplo da diva Dita Von Teese (habitué dos sites de moda), nossa Princesa em questão também fez correr seu sex appeal pelos palcos do Crazy Horse, o mais famoso cabaré de Paris. Claro, tem aquele meu lado "feia inteligente" (e modesta), que queima tico, teco e variantes no sentido de se articular contra toda e qualquer manifestação que coloque o feminino como objeto de consumo, mas, acaba gritando mais alto a máxima do Vinícius, a quem concedo o meu mais legítimo perdão, e me rendo: aprecio a beleza, despudoradamente. Sou uma artista, afinal.
Reencontrei Courau por uma curiosidade nunca antes manifestada, ao velho estilo "por ande anda fulaninha de tal?". E se abriu um sem número de janelas por onde "curiar" sua realeza. Entre as tais, Crazy Horse. Uma princesa no cabaré? Uau! Surpresa feliz.
Agora fico mais outros dezesseis anos sem vê-la. Em 2027, abro um desdobramento do youtube e, tan dam!, Princesa de Sabóia e Vanessa Paradis, "de idade", mas ainda inspiradoras, patinando no gelo outra vez. 
L'érotisme, la sensualité, la féminité...  
Quê mais, minha Santa? O link? Ok.


http://www.youtube.com/watch?v=qcQVFSC5qAA 


ADMIRAI!

Ceronha Pontes
Recife-Pe, 27 de dezembro de 2011

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Retratos e canções



Quanta assiduidade, não é? Quando foi que eu vim aqui três dias seguidos? Pelejando para me livrar dos excessos, não desperdiço canais. Por alguns me derramo mais, por outros só assim desse jeitinho que diz, mas...
Tenho passado 2011 nos extremos a maior parte do tempo. Não por vontade. Aconteceu. Conquistas e perdas demandaram esforços nunca antes aplicados. Termino tal e qual Terêncio: "nada do que é humano me é estranho". Expert em limonada, se me entendem. Oh, tão orgulhosa!
Falar em excessos, eu tou que deleto. Faxinando tudo quanto é arquivo. "Só quero saber do que pode dar certo", alguém já cantou. 
Humildemente constato que o que me vale guardar não é pouco. Por exemplo, a imagem preciosa que partilho com vocês. Em 1998, Juliana Carvalho e eu depois de mais um ensaio do espetáculo Os Iks (de Peter Brook), ouvindo as considerações do diretor Celso Nunes. Caramba, sabe o que é ter pra quem olhar dessa forma, minha gente? A vida exija o que for, nunca me pesará demasiado.


































Beijos salgados desta Ceronha Pontes
Aos 19 de dezembro de 2011

domingo, 18 de dezembro de 2011

Beba você também



"Pero los pájaros no pueden ser enjaulados
porque ellos son del cielo, ellos son del aire
Y su amor es demasiado grande para guardarlo."
(Cuidándo-te - Bebe)

Hoje cercada de gente encarnada e virada no "mói" de coentro. Pegando no batente, o meu Coletivo Angu. No batente nada, escadaria inteira. É, meu filho e minha filha, a mágica do teatro atende pelo nome de trabalho. Todavia, como artista é um bicho que carrega pedra tirando onda (não me admira os idiotas de plantão nos confundirem), volto para casa muy contenta, e já tou é de banho tomado, buchinho forrado, enchendo linguiça no blog. Não me entendam mal. Iguaria fina. Viciada nela. BEBE é seu nome.

Ceronha


P.S.: Minhas preferidas são as mais densas, mas,  hoje é domingo, afinal. Dancemos.



"Me guardo tu recuerdo
Como el mejor secreto".
(Siempre me quedará)



"Yo soy del sur tu eres del norte
No hablamos el mismo idioma
Pero haremos que no importe."
(Como los olivos)




sábado, 17 de dezembro de 2011

Tecendo



Há exatos dezessete anos (17/12/1994) se despedia meu Pai. E acho que era sábado também. A data nunca me abateu, exatamente. O Velho me fez a filha mais feliz e isto é tanto! Entretanto, não esqueço. E neste dezessete do doze de vinte onze me comove, inevitavelmente, também a partida de Joãzinho Trinta, Sérgio Brito, e Cesárea Évora. 
Não por isso, mas não deixa de ser curioso escolher(?) passar o dia em companhia de quem já ficou "encantado". Pois é como disse o Guimarães Rosa, "as pessoas não morrem".  
Estarei tentando camuflar o banzo? 
Na boa, antes crer no fato de que o Sérgio Pezão divulgando a oficina Estado Intermediário (mais tarde postarei a respeito) aumenta consideravelmente a responsabilidade. Então me tranquei em casa com o Jerzy (Grotowski) e termino toda motivada, é verdade, mas não pra encarar a vida na cidade real. Hoje, eu digo.
Marido viajando...
A distância do Recife Antigo e a certeza de que dividiremos o palco em janeiro pesando na decisão de adiar Ela sobre o silêncio, solo da bailarina Helijane Rocha (a Lili), que eu simplesmente A-D-O-R-O. E nem é correto abusar de uma amizade tão linda, minha preciosa. Perdoa?
A  Andréa Veruska  liga em cima da hora convidando pra uma festa. Puxa vida, "quenga", só agora?  Dá nem tempo da pessoa se "ajeitar". Tou mais baranga do que nunca. Deus me livre de encontrar aquele povo lindo e feliz da Trupe Ensaia Aqui e Acolá, sem o mínimo de dignidade! Tudo bem, sei que mesmo convidada com antecedência tenho me ausentado. Mereço este "quase" fora. Divirtam-se, viu? Uuuuhahahaha!!!*
E há este lugar de onde enviar sinais de fogo... Quem avista? 
Com sono.  Hum, muito estranho.
Buenas noches.


Cé.


*Risada de monstro que é marca registrada da Nínive Caldas, e eu copio na cara dura.


P.S.: Esperando um clip? Se engana quem apostou na cabo-verdiana, apesar da admiração potencializada pela influência da Marta Aurélia. Tenho ouvido mesmo é o Pedro Guerra. Sem destino.


sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Nó de marinheiro


Pousa brevemente em nossa casa, vindo de um lugar, já seguindo para outro (ei, esse era o meu estilo!). Faz um escarcéu por aquilo de que me ocupo na sua ausência, me dando a oportunidade de exercitar a firmeza quando o assunto é minha própria vontade, ou necessidade (traduz melhor meu vínculo com o teatro). Devo agradecer?
Vitoriosa, mas, exausta, confesso que se você fosse doido de me mandar definitivamente "pras coxias", não vou dizer que meu amor imenso se rendesse a Mumbai, Sri Lanka, mas, sei lá, na hora do pega pra capar, quem sabe comprar aquela casinha dos teus sonhos em Itabirito?
Ai, ai, ai, que essa cobra quer asa. Dou é nada.
Olha, querido, melhor mesmo que permaneçam, como de costume, as minhas mal dormidas serpentinas saltando de seu armário. Um dia o horário combina, juro por Zeus. E, antes que o Chico nos cobre direitos, "eu te quero livre também".



escarCéu Pontes
Sei lá que dia é hoje.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Estrelas, Leões... Quem mais?



Tem assunto que não consegue realizar a longa travessia entre o coração e o lápis (ou o teclado). 
Insisto. A palavra é o que me excede. Assim, retida, me rouba os dias. Feito cigarro. Um por sete, ouvi dizer. Ao menos me convenci a só fumar em cena. Não cesso de procurar este desvio nos personagens, confesso. Encontro. No entanto, fora de cartaz. Infeliz da vontade.
Isto aqui agora também é procura. Procuro canais. Procuro leveza. Escrevo c-a-n-a-i-s, escrevo l-e-v-e-z-a. Quê mais escrevo?
...
...
...
Escrevo e-n-c-o-s-t-o. Foi um passarinho malvado quem me soprou. Podendo representar conforto, eis que a entonação do bicho sugere o contrário. Leitura perfeitamente possível. D-e-s-c-o-n-f-o-r-t-o, escrevo. Sinto. 
Olha, eu sinto muito.
...
...
...
D-e-l-e-t-a-r, escrevo. Conselho da vaidade. Considero. Realizo.
R-i-s-c-o. Agora quem soprou foi a pulguinha inteligente e modesta que me persegue. Dados supostamente destruídos podem ficar arquivados em lugares insuspeitos, explodindo a qualquer moment... POU!
Garganta explodida, estômago explodido, cérebro explodido, coração explodido. 
Maldito instinto de sobrevivência. 
Escrevo outra vez: 
S-O-B-R-E-V-I-V-Ê-N-C-I-A.
...
...
...
M-i-o-j-o, escrevo. Putz, ainda escrevo?
Significado de miojo: falta de opção. Ou seria de inspiração? De qualquer modo, é o que me aguarda. Fui.
Não sem antes lhes presentear com uma jóia que me enche os olhos cada dia mais. Ah, porque eu entendo por sobrevivência aquilo lá de não perder a ternura. 
Sin perder la ternura jamás, escrevo (sem soletrar pois já estou de saco cheio e imagino que vocês também) e pergunto: precisa de nota de rodapé?


Paradis ilustrando outra vez as tais entrelinhas.




Ceronha Pontes
11 de dezembro de 2011


P.S. (12/12/2011) Dúvidas chegando via e-mail. Pra sacanear, né?A jóia é a Vanessa, minha gente. Se bem que o Che...