sexta-feira, 23 de maio de 2014

Viver dá fome.



Um velho amigo sempre me dizia: "Saia no melhor da festa". Mas eu tenho uma dificuldade com isso! Nunca acho bom o bastante pra entender que já deu a hora. Nem me lembro de situações em que fosse ruim demais e eu não conseguisse permanecer. E a vida foi decidindo sempre no limite.
Pois bem, enquanto procuro em vão a certeza de que é mesmo a coisa certa bater em retirada, aceitando a graça do movimento e das transformações, sem deixar de ser grata aos que dançam e cantam comigo na festa dos dias nos variados cenários por onde tenho passado, me dá aquele nó de nome "nunca mais" e, quanta saudade!!! Saudade que não é de nada nem de ninguém especificamente, e é de tudo e todo mundo com quem fui feliz e com quem não voltarei a me demorar. Uma avalanche de lembranças me tira o ar e a lufada salvadora vem de um hábito interrompido pela "marvada" da morte: ler Airton.
Hômi, Seo Minino, que fui correndo vasculhar os arquivos daquele jornal onde ele se derramava divertido, simples, sábio e eterno.
Termino chorando feito neném com fome.
Justo é partilhar o Pão.

Ceronha Pontes

Para "comer" da crônica eleita, basta um clic.
EMBEVECIDO (Por Airton Monte)


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