quarta-feira, 28 de maio de 2014
1994
Pensando nos mortos (eu gosto) me ocorre que, além do Senna e do Tom, naquele ano em que morreria meu Pai, partiu também o Sérgio.
Vinte anos! Hômi, Seo Minino, que foi onti!!!
Nunca achei divertido os carrinhos correndo, mas seguia a alegria da multidão a cada título do piloto. O segundo dispensa comentários, mas preciso contar que, por incrível que pareça, demorei a saber de sua passagem, enfiada num hospital com meu Pai que partiria nove dias depois. Claro que diante da perda Edson, a do Tom foi como uma ficha que caiu tão devagarinho que mal doeu.
O Sérgio Sampaio, por quem me apaixonei, descobri quando já era tarde. Meio que "dormi de touca" e digo mais, "que eu não tenho culpa, mas que eu dei bobeira", meu rapaz.
No ano em que nasci, 1972, o Sérgio já botava seu bloco na rua. Quando eu me dei por gente com juízo o bastante para apreciá-lo, o apressado não tinha se aguentado, e eu desejo que Deus exista e tenha se dedicado a ele, garantindo-lhe o aconchego no bom lugar para onde eu penso que vão os malditos.
Não falo da morte aqui com pesar. Duvido que o Edson tenha abandonado a filha a quem ele chamava de Cigana do bando do Capitão Além. Eu não sei quem era o referido Capitão, mas adorava que ele me chamasse assim com a sua voz bonita. É, meu Pai tinha uma voz bonita.
E o Tom? Uma alegria, né não? Um sujeito que do amor que acabou diz que o gato comeu e a coisa ainda fica bonita pra dedéu, é phoda. Meusamigo, protegida num tom assim foi que "o tiro feriu, mas não matou", tenho dito.
Ôpa! É isso mesmo? Eu aqui aqui frescando com versos alheios? Pois chega! Já me apodero do caminho, que não sou pessoa de dar mole a Durango Kid. Fui. Os do bem podem seguir o bloco.
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