domingo, 24 de novembro de 2013

Camiiiiiiille!!!!!!


Não posso deixar de espalhar aos bons ventos as falas de minha querida Duquesa de Belo Jardim, a jornalista Luce Pereira, aqui de Pernambuco. Mais que me envaidecer, você me enche de coragem e isto não tem preço, Duquesa. Não vejo a hora de "incorporar" mais um texto seu. Beijos cheios de minha admiração.

Teatro com alma (Por Luce Pereira)

Há alguns dias, penso em ir ver a atriz Ceronha Pontes "incorporando" Camille Claudel, no Teatro Eva Herz, do RioMar. Sei do que estou falando: ela só atua abrindo a porta do corpo para receber a personagem, daí o verbo incorporar em substituição ao interpretar, troca, aliás, que só é possível no caso de atrizes com "a" maiúsculo. Num fim de semana, tem isso, noutro, tem aquilo e vão surgindo os motivos e as desculpas para não ir ver a criatura do Sertão dos Inhamuns (Ceará) "manifestada" em mais um palco. 

O primeiro foi o de Essa febre que não passa e desde então eu só penso que, uma vez decidindo estar na plateia, corro o mesmo risco medonho de ficar impressionada, um bocado mexida com as falas e a movimentação em cena, tudo cuidadosamente trabalhado para desmantelar mesmo quem chega achando que vai sair impune. É porque ela dá alma quando está ali em cima e, geralmente, pessoas que se dedicam a entregar o que de melhor possuem querem o que de melhor tiver quem recebeu. Neste caso, apenas aplausos, que se ouvem não porque ela quer, mas porque merece. Ao final, são tantos que a moça de Tamboril sorri como quem só tem as mãos para enfrentar feras e assim mesmo consegue dar cabo de uma todo santo dia. Mata com talento.

Então vejo que me agarrei a desculpas e justificativas falsas para não ter ido, até agora, vê-la na pele de Camille Claudel. É medo mesmo (e olhe que eu nem sou "frouxa"). Medo de passar os próximos dias pensando mais na vida do que de costume, refletindo sobre coisas que nem sempre a insustentável "dureza" do ser segura.

Vou porque não quero mais viver em dívida com a boa arte do que já vivo, mas sei que depois corro o risco de gostar ainda mais de teatro. É o preço - e como é bom pagá-lo.

Salve, Ceronha Pontes.



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