terça-feira, 31 de maio de 2011

Relicário



Acontece, às vezes, de me encontrar comigo mesma num lugar antigo. 
Hoje acordei "lá", em companhia de Antônia e sua excêntrica família. Um sonho ruidoso em que aquela gente toda atracou. O "porto" é velho conhecido.
No tempo da película (1995), o fim que eu não determinasse não seria meu. E tinha tanta necessidade de ser dona disso! Vontade que hoje é só um amargo na boca, que sai com o tempo e Cepacol. Observo.
Sou aquela mas,  salva pela incapacidade de me repetir. 

Ceronha Bisonha
Recife-Pe
31 de maio de 2011


EXTRAS

¹ a carta de Dedo Torto:

Querida Thérèse,


É um absurdo acreditar que a dor constante que nos aflige seja mera casualidade. Pelo contrário. A miséria é a regra, não a excessão. 
A quem posso culpar pela nossa existência? À explosão solar que nos deu a vida? 
Acuso a mim mesmo, já que não acredito em Deus, nem na eternidade. Não me iludo de que a vida promete sobremesa divina depois de indigesta refeição. Nunca pude aceitar o conceito equivocado de que um dia tudo irá melhorar. Nada vai melhorar. Melhor ou pior, só será diferente.
Não quero mais pensar. Sobretudo, não quero mais pensar.


Ditostorto.

²

Um comentário:

  1. Retornar é o ser do devir,movimento constante da realidade,eterno retorno da diferença....

    ResponderExcluir