quinta-feira, 19 de maio de 2011

ATÉ O FIM



Toda estréia me rouba um pouco o chão. O teatro me tem inteira, como é próprio da natureza da coisa. Depois do aplauso, no entanto, a vida se exibe, como de fato, infinitamente maior, e é um custo não afundar na sensação de que foi perda de tempo todas as muitas horas dos dias intermináveis de longos meses debruçada na construção da fantasia. Por mais que uma coisa reflita a outra, invariavelmente. 
Depois de cumprida a "missão", o tempo me devolve diferentes a casa e o amor, e até me reconhecer ali, digo, aqui, demora uma dorzinha que me mantém um canto da  boca meio suspenso, segurando um riso do tipo bloqueador de perguntas. Ninguém ouse. Quem disse que busco respostas? Bastaria (se eu pudesse!) ficar em paz com esta "canção em dois tempos", me aproveitando descaradamente da poesia do Vital: "e ninguém nem percebia, que o real e a fantasia se separam no final"
Pois bem...
Aí voltava do Recife Antigo na boníssima companhia da Nínive Caldas ( ô mulher linda!), que me dizia importantes obviedades, com aquele seu jeito mais engraçado e feliz da face da terra. Sobre a gente não sair mesmo vivo desta "aventura". 
Disto ou daquilo, quero tudo.


Ceronha Pontes
Recife-Pe, 19 de maio de 2011

Para "Nininí" e quem mais mereça:

Um comentário:

  1. Dias intermináveis ,outros que voam levando todo o tempo que precisamos para sonhar e realizar.Estamos sempre correndo contra o tempo.
    Tempo,tempo,com sua boca imensa devora tudo sem piedade.tritura os dias,as noites, consome histórias e saboreia os amores.
    perder tempo ou ganhar tempo,seja o que for:

    fique na companhia de "Tom Zé"

    "Na vida quem perde o telhado
    Em troca recebe as estrelas
    Pra rimar até se afogar
    E de soluço em soluço esperar".....

    bjs.

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