quarta-feira, 24 de abril de 2013
Peixe fora d'água
Estava aqui concentrada no Paulo Leminski, quando de repente me senti digna de me inscrever naquela viagem só de ida para Marte, que anunciaram no jornal de hoje. Gente amiga, quem, em perfeita adequação ao movimento padrão e voraz de compra e venda, poderá acreditar que está TRA-BA-LHAN-DO uma criatura atracada com um livro de poesia? Errada tou e você aí que acha justo chamar isto de ofício. Quanto a mim, não sei o que diabos ainda tou fazendo nesta bola doida flutuante, com este meu cabelo naturalmente desgrenhado, minha barriga ultra positiva, meus panim de bunda fora das tendências e esta necessidade zero de ter os aparelhinhos de última geração. Bora fazer as malas, Baleiro. E traga o Moska. Alô, Marcianos!
C. P.
P.S.: E atenção, em maio, no Recife, POESIA DANÇANTE PARA O CORPO VERSEJANTE. Uma homenagem do trio Madame CELLINI ao Leminski. Falaremos mais adiante.
quinta-feira, 18 de abril de 2013
Tamboril Uganda França Japão Pernambuco...
Ontem foi a última aula com o Maurice Durozier (Téâtre du Soleil), tendo o Teatro Japonês como pesquisa. Impossível não recordar uma "viagem" à África, há exatos quinze anos quando, conduzidos por Celso Nunes através do Peter Brook e do Colin Turnbull, fomos parar na extinta tribo dos Iks, na região de Uganda.
O teatro é velho demais, então é realmente difícil deparar com o absolutamente surpreendente, em se tratando de discursos. As variações existem, claro, sobretudo quanto ao fascínio particular de cada mestre, mas, e não há mal nenhum nisso, tem-se aquela impressão de ter ouvido já, ou percebido de alguma maneira e em línguas várias, inclusive em nosso bom português, e português do Brasil, eu digo. Novo mesmo, é que o experimento se dê em códigos tão próprios de uma outra cultura. Tal como em Os Iks, esta aventura por nosso Japão imaginário me pôs de novo sob o desafio de andar. Porque em ambas as "expedições" a primeira coisa foi aprender o quanto possível uma outra forma de nos movermos. E isto, tão simples assim(?), já nos põe o olho noutro ângulo, revelando maravilhas de um mundo distante tão dentro de nós.
Obrigada Maurice Durozier e Aline Borsari. E é claro, obrigada de novo e sempre ao Celso Nunes, que a cada experiência se afirma mais e cada vez mais dentro de mim.
Ceronha Pontes
quarta-feira, 17 de abril de 2013
CONCEPÇÃO IV
Maria (ao João)- Ainda estamos bem, veja você, só te odeio quando sangro. Terrível vai ser quando o sangue acabar. Então a mágoa será ininterrupta e meu dedo te apontará eternamente. Seja justo ou não, não me importarei.
C. P. da Vida
Tempos tortos
Nasci atrasada. Um tanto antes, e bem podia ser mesmo em Tamboril, ele em Cachoeiro do Itapemirim, mas, se no tempo comum, haveria o doce risco da gente se encontrar em Salvador.
C.P.
P.S.: Talvez eu também já fui, mas não saberia.
sexta-feira, 5 de abril de 2013
Os racionais
A dona de um restaurante aqui perto de casa, combinando ignorância com gentileza.
- Oi. Tanto tempo. Cadê ele(Eros)?
- Viajando.
- O homem que não gosta de carne, né?
- Ele é contra a matança de animais.
- Pois diga a ele que de noite a gente serve sopa e eu faço um caldo de peixe que ele vai amar.
- Obrigada, mas, é que ele realmente não come animais.
- Puxa vida, nem peixe?
- Peixe é um animal.
- E frango?
(Eu esboço um sorriso de desistência.)
- A pessoa não comer um peixe, um frango... Vive como?
(Respondo bem convencida, afinal, cozinho melhor do que ela e realmente não sei o que eu estava fazendo ali.)
- Vive muito bem.
(Ela sacudiu a cabeça e sorriu incrédula.)
C.P.
Hoje, na hora do almoço.
Na estrada...
Desde 1988 que nós nos desencontrávamos. Eu ouvi sempre falar dele e, em algum momento ele começou a ouvir falar de mim também. Nos vimos finalmente pela primeira vez no carnaval de 2012, lá no Recife Antigo. Barulho demais em torno. Um abraço, uma tentativa de conversa que não podia mesmo render naquele ambiente.
Só agora, em março de 2013, chegamos perto. Vivendo na mesma "comunidade", dividindo um apartamento na Glória, Rio de Janeiro, participando do mesmo projeto (Visões Coletivas-Nordeste Contemporâneo, ocupação do Teatro Glauce Rocha pelo Coletivo Angu de Teatro, patrocinado pela FUNARTE).
Mas nosso agora reencontro nem se deu em "casa". Aconteceu nos bastidores do Glauce, logo depois de uma apresentação de minha Camille Claudel.
Dias depois, ali mesmo, ele abraçaria plateias emocionadas com a sua Palavra de Ator.
Muito trabalho por vir. Não nos perdemos mais.
quinta-feira, 4 de abril de 2013
quarta-feira, 3 de abril de 2013
terça-feira, 2 de abril de 2013
Me leve o mar
Só confirmando a minha fé de que trocar cartas (e-mails, que sejam), pode ser transformador, curativo, salvador. Depois do fascinante Mary and Max, Uma garrafa no mar de Gaza, é o nome do filme.
Dia desses vagando pelo Rio, pequei o metrô, dentro do trem decidi por Botafogo, com sorte, a tempo da próxima sessão de um Cine Estação.
Ceronha
Rio de Janeiro, 02 de abril de 2013
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