Foto: Camila Sérgio
Acabou a temporada de meu faz-de-conta sobre a vida e obra de Camille Claudel no Recife.
Agradecimentos sem fim ao Tadeu Gondim, André Brasileiro e sua Mãe, Dona Gilca Brasileiro, por sua mão na massa, digo, no barro vermelho, sem melindres, nem frescuras, derramando seu suor em função de minha cria, ariscando-se comigo na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza sem nunca perder a dignidade, é o mais importante. Por me incentivarem a resgatar este trabalho antigo(que eu nem sabia mais se queria recuperar) justamente no ano em que completam os cem da internação, os setenta da morte, e encerrar temporada bem no dia do aniversário de Camille, que completou no último dia 08 de dezembro 149 anos. Respeitável senhora, não?
Passamos por coisas que eu nunca tinha experimentado nos anos dedicados ao ofício, mas, o limão, por mãos inteligentes sempre resultará numa boa limonada, ou até na caipirinha, para quem goste, né?
Posso dizer que foi um gosto olhar de longe aquela Ceronha de outrora, de longos cabelos, um corpo mais fininho, um rosto ainda com traços da juventude e agradecer a ela pela ousadia e atrevimento de preparar o terreno ainda em palcos cearenses, para esta hoje senhora de 41 anos, mais despudorada e densa. Agora talvez é que fosse a hora, mas, se aquela nunca tivesse ousado, não sei o que seria.
Agradecimentos eternos ao Rogério Mesquita e ao Walter Façanha, comigo desde aquela Camille e até sempre. Ao Yuri Yamamoto, ao Rafael Martins e todo o Bagaceira. À Juliana Carvalho e ao Rodrigo de Oliveira. À Ihasmin Oliveira e seu Pai, o meu marido Eros Oliveira. Ao Beto Trindade e ao Raimundo Oliveira. À Lilli Rocha e à Nana Milet. Ao Marcondes Lima e sua família. À Camila Sergio, Rogério Alves e Alex Ribeiro. Ao primo Ed Lima, pro resto de minha vida. Ao meu irmão Dé (Jose Edson) e família. Aos muitos e muitos e muitos que desde o Ceará, dando a volta lá por Campinas e chegando em Pernambuco, têm me ajudado na realização deste espetáculo. Aos amigos e colegas que me deram a honra e a alegria de sua visita ao "asilo". E ao público desconhecido, espontâneo, que chegou ali por Camille, assim como eu, e com o qual a troca, de tão amorosa, me fortaleceu e encorajou a enfrentar tamanho desafio. O desafio que é Camille, a própria e gigante.
Sobre a minha relação com ela vale o que eu dizia à Brenda Ligia Miguel: Camille, a verdadeira, é tão grande! Todo dia na coxia antes da cena, da minha miudeza peço a ela que me perdoe o atrevimento e me permita atuar só pelo que eu tiver de bom, à revelia de toda vaidade e soberba que me habitem.
Que venham outras e felizes temporadas. Não tenho a mínima ideia de onde nem quando, mas, que venham. Por agora quero ir ao cinema e tomar uma cerveja escura com os amigos.
Beijos muitos.
Ceronha Pontes.
Feliz e honrada por fazer parte dessa história.
ResponderExcluirAgradeço à vida esse encontro.
Obrigada por todo aprendizado, intensidade e sensibilidade.
Beijo grande Cé.