No princípio, a página em branco. No princípio, o palco vazio. Como
as letras acendem, emerge a carne. Dançam palavras e corpos dançam. O que se
lê, o que se vê, é o que se sente revelado, derramado, banhando o espaço e
apurado pelo tempo. Até que a página ostente versos e, no palco, salte o corpo
em sacrifício.
Humano cadenciado, concreto, conciso. Assim o trio Madame Cellini, com as atrizes Ceronha Pontes, Lilli Rocha e Nínive Caldas,
entende e se rende ao desafio de encenar Paulo Leminski.
POESIA DANÇANTE PARA O CORPO VERSEJANTE, é uma adaptação e
direção, para o teatro, por Ceronha Pontes, da poesia deste aclamado poeta
curitibano.
Foto de Camila Sérgio, produzida por Rogério Alves.
Festival Internacional de Poesia, Torre Malakoff, Recife Antigo, 26 de maio às 19h.
O Pauloleminski
ResponderExcluiré um cachorro louco
que deve ser morto
a pau e pedra
a fogo a pique
senão é bem capaz
o filhadaputa
de fazer chover
em nosso piquenique.