segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
AMARELA II
- Ao contrário do que dizem, ela tem vida breve.
Surge líquida, transparente. Promessa de te matar as sedes todas.Mas justamente quando ela vem, é que falta pouco e você vai precisar de calma. Calma pra entender o movimento e livrar-se, um a um, de todos os melindres, no tempo que restar. Acolher o luto.
Líquida, não esqueça. Sentiu molhar, observe, observe, observe...
Vai ficando espessa, ganhando uma cor esbranquiçada, opaca. Neste momento é comum se desequilibrar um tanto, praguejar, mas, se você entendeu não se desgaste. Só mais um pouco e é já o fundo. Aí sim, momento de se encolher e chorar. É justo.
Tempo.
- Repare, é agora. Aspecto emborrachado. Pronto, amarelou. Morre assim, a Esperança: amarela.
Pesado silêncio.
- O que vem depois é vermelho, mas já tem outro nome.
...
Ceronha Pontes
Recife-Pe, 28 de janeiro de 2013.
Para ler AMARELA I
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