quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

AMAVISSE














Hilda Hilst



Sinto não ter habilidades de poeta, coisa que gostaria de ter sido. Adoro o bom poema. A forma enxuta que comporta o ser inteiro.
Como nos últimos dias esta escritora voltou a desfilar com seus cães(prefiro rinocerontes) e vozes de mortos pelos meus pensamentos, povoando a doce solidão descrita no post anterior e promovendo feliz sintonia com o amigo e diretor de teatro Marcondes Lima, espalho uns versos nos quais me reconheço:

"Como se te perdesse, assim te quero.
Como se não te visse (favas douradas
Sob um amarelo) assim te apreendo brusco
Inamovível, e te respiro inteiro

Um arco-íris de ar em águas profundas.

Como se tudo o mais me permitisses,
A mim me fotografo nuns portões de ferro
Ocres, altos, e eu mesma diluída e mínima
No dissoluto de toda despedida.

Como se te perdesse nos trens, nas estações
Ou contornando um círculo de águas
Removente ave, assim te somo a mim:

De redes e de anseios inundada."

(Amavisse/1989, Hilda Hilst)

Me rendo à sua poesia e sua Lori Lamby me tem aos pés.
http://www.youtube.com/watch?v=NHbIroGHS50

CERONHA PONTES
Recife, 25 de fevereiro de 2010

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

INSETOS EM VOLTA DA LÂMPADA

“Pra quem vê a luz,
mas não ilumina suas minicertezas.
Vive contando dinheiro
e não muda quando é lua cheia.”


(Blues da Piedade, Cazuza.)


Gosto e preciso de solidão. Não me refiro àquela do post anterior, “medonha”, destituída de amor. Um gosto que não exclui meu companheiro amado e melhores amigos do mundo, que são os meus, nem elimina interesse pelos outros (para quê serviria?). Experiência que não aliena ou endurece coração, muito pelo contrário.

Sobretudo, não me refiro a fugas disfarçadas de “preservação da própria liberdade”. Pular de galho em galho, sem aderência. Isto não é próprio dos espíritos livres, nem dos solitários de fé, mas dos viciados em presenças rasas e voláteis, incapazes de carregar alguém no coração, seguir de mãos dadas, porque isto implica responsabilidade. Não confio nos irresponsáveis.

Estar só para experimentar-se, explorar-se corajosamente, na medida em que se transforma. Aprender-se. Gostar-se. Oh, não se trata mesmo de voltar-se para o próprio umbigo. Talvez olhar para o próprio rabo, que sugere um tanto de “semancol”.

Quis dizer desta solidão saudável, enquanto reparo num mundo de relações meio tortas e no sentimento de insatisfação que impera. Rendidos à idéia do consumo, afogamo-nos numa querência sem fim. Tou na maior preguiça deste modelo de ambição. Não tenho ganas de estar sempre em exercício de conquista, não nos moldes propostos. Cada vez mais “abestada” e sem a atitude que o mercado exige, faço um esforço da porra pra não me sentir um fracasso.

Uma luta manter-me encorajada, buscando resultados efetivos no meio da obsolescência, onde tudo ou é descartável, ou não se encaixa. Criaturas soltas, sem liga, sem densidade, sem chão. Até o amor virou artigo de consumo, Seu Menino! Reparem: de um lado, fúria e revolta de não caber no sonho do objeto de desejo. Do outro, frustração de nunca encontrar aquela criatura justamente adequada à sua fantasia. E uma vez conquistado amor já é passado. Desamor. A fila anda, dizem.

Não é aquela inquietação alegre de um raciocínio inteligente para alcançar um bem. É a pior face da insatisfação que move o mundo, aquela que gera mais querência. E cada vez mais aflitos seguimos adquirindo e jogando fora, batendo o pé, gritando,dando murro em ponta de faca e com a cara no muro, sentando o pau, puxando o tapete ou, pior, o gatilho. Querendo, querendo, porque querendo...

Blogueiros queridos meus, não sei quanto a vocês, mas eu tou fora da concorrência. Pode crer.

Muito mais afim de “tomar um banho de chuva, um banho de chuva, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai...”.

Fuuuui.

CERONHA PONTES
Recife, 23 de fevereiro de 2010.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Virando lata...




Ao lado, as estrelas Alícia Pietá, Gisele Almodóvar e Verônica Valentino.





Sou de uma espécie mais mansa da vasta fauna que tem no Centrão de Fortaleza o seu habitat natural. Por onde tenho andado desde que deixei a cidade, não raramente me sinto bicho triste, perdido em selva alheia. O Centro testemunhou minhas transformações, acolheu e zelou por todas que tive tempo de ser ali. Carrego marcas que me levam desde o Lord Hotel, passando pelas praças, cortando caminho por dentro das lojas, descendo a São Paulo, atravessando a Conde D’eu, circulando a Catedral e desembocando num falecido Coração Materno. Por viver ali se entenda mais que estudar, comprar, fazer meu teatrinho. Foi de fato morada minha. E pra caber tanta riqueza de um coração de cidade, isto tinha de ser muito mais que apenas um post pretensioso.

Façamos então um recorte. É noite, estamos na rua detrás daquela tradicional escola religiosa com frente para a Duque de Caxias (acho que hoje é só faculdade). Distribuídas pelas esquinas, emergem as criaturas que mais me atiçaram os sentidos, os nervos, a curiosidade e a imaginação. Tive medo, muitas vezes, de que não me reconhecessem amigável, por isso fazia o jogo do invisível e nunca lhes cumprimentei como gostaria. Indignei-me sempre com reações de desprezo, de zombaria e com a violência física a que estão sujeitos os travestis, atacados pelo macharal apavorado em lidar com os próprios desejos, em nome de uma moral falida ou desse nojento sentimento de superioridade do gênero. E porque o preconceito e intolerância sempre quiseram justificar a violência, que por sua vez gera mais de si, não esperem que as purpurinadas de shortinho explodindo em bunda de silicone sejam exemplos de candura.

“Eu sou a flor carnívora e noturna que vai te entontecer e te arrastar para o fundo de seu jardim pestilento.” *


De dia vê-se uma ou outra guerreira (posso ouvir as gargalhadas do primo Ed lendo “guerreira”) comprando meio frango assado na churrascaria, enfrentando a reprovação das donas de casa no supermercado próximo à Pça. Coração de Jesus, a mangofa dos taxistas do Parque da Criança. Expostas ao deboche corrosivo dos transeuntes. Eu também ri, mas ri com elas, que batem com força os tamancos no chão, aprumam o rabo e o rebolam no melhor estilo La Büdchen, viram a cara sacudindo a duvidosa escova definitiva (a boa e velha rabissaca) e abrem o seu caminho com a dignidade das feras. Eu vi.

“Como queria tanto saber poder te avisar: vai pelo caminho da esquerda, boy, que pelo da direita tem lobo mau e solidão medonha”.*


Muito do meu feitio, claro que me afeiçoei especialmente a uma que batizamos de Muda. Na verdade tinha a fala comprometida pela surdez. Foi a criatura mais faceira e feliz que já desfilou pelo Centrão. Parecia não lhe pesar aquela condição e o seu estilo foi sempre um soco no meu estômago melindroso. Mas a nossa heroína também tem lá os seus rompantes (o que a torna ainda mais interessante) e já foi vista, mui brava, esmurrando enorme cachorro de raça. O mesmo que em outros momentos sucumbia ao seu cafuné em sessões de caça aos carrapatos. Num fim de tarde, sentados no chão de um terraço insuspeitável, a Muda e o cão, tão comoventemente integrados, que dava vontade de nos juntarmos a eles levando um bolo de fubá, um bule de café fresco e histórias de amor pra contar.

Mesmo morando fora, tive sempre notícias das “meninas”, que nunca atentaram (será que não?)para a janela indiscretíssima dando acesso ao seu incrível fundo de quintal, onde um cotidiano alucinante tanto nos divertia quanto preocupava. Quando meu informante viu a Muda pela última vez, ela estava bem machucada. Depois disso não se sabe o que é feito dela. Trocávamos e-mails fazendo conjecturas. Até que meu parceiro de voyeurismo e eu decidimos otimistas que o fim da história é que ela voltou para o seu interior onde foi acolhida e cuidada pela família. Bem o que gostaríamos que nos acontecesse caso precisássemos retornar a Tamboril em condições semelhantes. Santo Anastácio nos livre de triste sina.

Antes que o papo fique jururu feito domingo no Centrão, me jogo no Cabaré da Dama. Arre égua, que o batidão é babaaado!!!

O referido Cabaré, ao contrário do que muitos podem pensar, não é nenhum estabelecimento nas proximidades da Praça da Estação. De caráter itinerante, ficou perfeito mesmo foi no porão do Theatro José de Alencar. Comandado por Silvero Pereira, o Cabaré é a evolução de Flor de Dama, espetáculo que, a princípio, era apenas mais uma adaptação de Dama da Noite, do escritor gaúcho Caio Fernando Abreu. Silvero acrescentou ao conto os encantos e desencantos da vida dos travestis. E eu que sempre fui de botar bom reparo nessa gente, fico feliz da vida que meu colega tenha explorado o tema com tanta responsabilidade, coragem, alegria, ética e muito talento. Universo travesti de A a Z. Silvero vai do submundo à sofisticação com as muitas atrações que passam por ali, dentre as quais se destacam Alicia Pietá (Bernardo Vítor) e a Verônica Valentino (Jomar Carramanhos), companheiras inseparáveis da protagonista Gisele Almodóvar (Silvero Pereira). É tanto fuzuê, tanto “bafon”, tanta putaria, que temi não rolasse a transição para o drama que deve necessariamente instaurar-se quando surge finalmente a Flor. Mas o Silvero, ah o Silvero, aquela cobrinha criada, sabe o momento preciso de dar o bote, a rasteira na platéia que agora bem pianinho, entra num outro espetáculo e faz tudo o que sua Dama ordenar.

A cena é a madrugada, o fim do show, o último suspiro do boteco. É embriagarmo-nos com o perfume da fodida flor esquisita, “darkérrima, modernésima, puro simulacro” *, a Dama da Noite, escrotíssimamente lúcida. É sexo, solidão e morte. É acompanharmos a Flor até o seu cafofo, apreciarmos o desmoronar de sua maquiagem até que a ela não seja mais que um profundo cansaço de viver.


“Deixa você passar dos trinta, trinta e cinco, ir chegando nos quarenta e não casar e nem ter esses monstros que eles chamam de filhos, casa própria nem porra nenhuma. Acordar no meio da tarde, de ressaca. Olhar sua cara arrebentada no espelho. Sozinho em casa, sozinho na cidade, sozinho no mundo. Vai doer tanto, menino”. *


O streap tease da Flor. Ela contra si mesma no espelho, liberta enfim o pau estrangulado naquele esconderijo improvável, atola a bunda na bacia sanitária e ali talvez fosse ficar até murchar definitivamente.

Depois de tudo partimos tontos de constrangimento. Creio que nunca mais deixaremos de ouvir lá bem dentro de nós mesmos aquele eco, aquela Flor: “Ria de mim, mas estou aqui parada, bêbada, pateta e ridícula, só porque no meio desse lixo todo procuro o verdadeiro amor. Cuidado comigo: Um dia encontro.” *

O diabo é quem duvida dessa rapariga!

Já de novo o sol na moleira, infinidade de sons e odores e pressa de chegar não sei aonde.

-O vestidinho da moça da novela por sete e noventa e nove!
-Saindo pastel de carne com caldo de cana.
-Ó a quentinha por um real!
-O quilo é dois e cinqüenta, o quilo!
-Escova inteligente e marroquina em três prestações de não sei quantos...

Ferve o Centrão abrindo passagem para outros bichos.

Com saudade medonha,

CERONHA PONTES
Recife,10 de fevereiro de 2010

*Todas as citações extraídas do conto Dama da Noite, de Caio Fernando Abreu.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Doce cearense

Coments chegando reservadamente por e-mail. Um me chamou a atenção para o "gosto amargo" do blog, embora confiante de que seja "manso" o coração que escreve. Pode crer. Vamos aliviar.

Como nem só de grandes preocupações ou nobres causas se vive, publico no "querido diário" um papo tipo "fuleráje" em pleno café da manhã.

Meu digníssimo cônjuge criou um personagem que, segundo ele mesmo, é a tampa da besteira. E é. "Antôin Sitôin" surge com o sotaque que lhe convém e com tiradas ora para constranger, ora para livrar-se do constrangimento. Hoje, tentando inutilmente disfarçar o flagrante interesse no derrière da Beyoncé, toda rebolativa no noticiário matinal, apelou para um "Antôin" morto de baiano:

-"Ó paí! Quê que essa bionça vai fazer em Salvador? Alguém precisa dizer pra ela senão, com esse alvoroço todinho é capaz dela chegar lá se achando melhor de que Daniela (Mercury), de que aquele menino do ajaiô, aquele...(o Luíz Caldas), ou "mermo" de que os menino de Dona Canô (Caê e Beta)."

Ao que eu respondi com aquele bordão do humorístico televisivo genuinamente cearense : "ai dentro, seu Paulo!"

Aliás, falando em televisão cearense, aqui não temos acesso à programação daquele canalzinho que andou ameaçando a audiência da toda poderosa. Que é feito das Tigresas? Por acaso aquelas jovens continuam usando a bunda para equilibrar os quilos de arroz enquanto o apresentador dá as dicas de promoção do supermercado anunciante? Bizarro! Peraí que de repente o youtube resolve esta "saudade".Volto já...

Voltei morrendo de vergonha, minha gente, conteúdo "adulto" demais para exibir aqui.

Me despeço adaptando o sábio ditado: rapadura é dura , mas é bem docinha.

Fui.

CERONHA PONTES
Recife 05 de fevereiro de 2010.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Estúpida Retórica



"Eu quero aproximar o meu cantar vagabundo
daqueles que velam pela alegria do mundo."


(Podres Poderes, Caetano Veloso.)



A inspiração.

Um esbarrão à toa, assim, ao acaso e chega a primeira informação como um simples e inofensivo arranhão, quase imperceptível, indolor ainda. De repente uma coceirinha no local e, “sem querer”, rasgamos à unha a superfície. Há talvez a opção da sutura. Fechar, esquecer. Curiosa, prefiro incisões, aberturas, sondas, canais. Trilha que leve não sei aonde, mas leve. Fui.

Uma área mais afetada ou comprometida puxa o foco. Fim da caminhada a esmo. É o mote. Guia, dali em diante. À leitura do primeiro relato, o desperdício da última chance de voltar atrás. Lanço-me na armadilha, o emaranhado de fios cujos nós tenho desatado a dentadas (inábil), e nunca me iludi de que seria fácil reconectá-los, reconstituir trajetórias, entender tanta História. Como a Revolução Cultural de Mao interage com o movimento natural das mulheres da China.

Oh, não desistam do papo! Não pretendo entediá-los com bla-blá-blás geográficos, cronológicos e tal. É só a idéia pingando mole em pedra dura e os que tiverem saco, bem-vindos sejam.

O desdobramento.

Uma coisa vai levando a muitas outras. Natural da pesquisa. E vicia. Nosso interesse (da Tear Cia de Teatro) pela condição feminina durante a Revolução Cultural Chinesa já promoveu inusitadas descobertas, reflexões e, inclusive, encontros com homens poderosos, marcantes. Franco (Espanha), Mussolini (Itália), Hitler (Alemanha), Stalin (Rússia), sem contar o seboso do Mao Tsé-tung (China)... Só “menino bom”! Como foi que este mundo tão pequeno suportou abrigar estas “crias do cão” tudo bem dizer ao mesmo tempo?

Felizmente há outros. Quando me refiro ao Dalai Lama e ao Mahatma Gandhi, o faço de um lugar onde a razão, creio, é plena e a visão do real precisa. Digo isto, pois sabemos que a Índia, libertada por este e asilo político daquele, traz muito mais imediatamente ao imaginário ocidental os panos coloridos, mantras e queimação de incenso. Nada contra, mas quem não me conhece que não me confunda. Minha admiração profunda por estes homens se justifica no óbvio mesmo, a grandeza de seus claros e justos ideais, associada aos modos para realizar seu audacioso projeto. E é neste modelo de resistência e subversão onde encontramos as motivações para realizarmos o espetáculo Vermelho Mudo que, ao tratar da luta silenciosa daquelas chinesas por seus filhos torturados, suas filhas estupradas, seus maridos humilhados, pretende refletir sobre o que leva milhões de criaturas humanas a ignorarem a própria força e se deixarem conduzir e manipular por mentes cuja especial e rara inteligência, aplicada em sórdidos interesses de tomada, construção e manutenção de nocivo poder, engasgam a matemática em somas de seis milhões de judeus mortos no Holocausto, e mais de 70 milhões de mortos durante os 27 anos em que Mao esteve no poder, POR EXEMPLO.

Tenho esta incapacidade de ser sucinta. Este era pra ser um breve e alegre post sobre o filminho do último sábado, 30 de janeiro de 2010 quando, por pura coincidência, pois nem desconfiávamos que havia 62 anos de sua morte, a sessão de cinema do doce lar exibiu GANDHI, estrelado e dirigido pelos premiados Sir Ben Kingsley e Richard Attenborough respectivamente. E foi muito reconfortante lembrar que as multidões também são capazes de restaurar sua dignidade, auto-estima e coragem de lutar pelo bom e justo. Capazes de topar a grande e necessária “loucura” de não rebater com fúria as agressões, manter a mente forte e segura em seus propósitos, seguindo com um sujeito pequenininho, magrinho, careca, com uns paninhos amarrados cobrindo as vergonhas e carregado de uma coragem, sagacidade, capacidade de criar estratégias que, PUTA QUE PARIU!!!Tem horas que só um palavrão exprime o que vai de encantamento dentro da gente. A grande alma, o gênio do bem. Muito mais difícil que a opção pelas armas é aderir à NÃO VIOLÊNCIA. E foi possível. Um dia foi. Ainda que depois outras ondas tenham estourado e avançado até os nossos dias pela própria Índia e todos os cantos do mundo, a História já registra que é possível, está escrito que a liberdade de uma nação se deu por esta idéia. Este sim, nunca perdeu a ternura. Me comovo mesmo, e me encorajo.

De novo, não me confundam. Sou dessas criaturas de teatro que confiam, sobretudo, na técnica. Não me interessa o teatro carregado de boas intenções e que não seja capaz de sacudir e embevecer o expectador. Devoção ao Belo. E este é um trabalho que independe das motivações políticas, emocionais, psicológicas, o cacete. Mas confesso, se serve para dizer o que penso, o mundo em que gostaria e viver, aí bicho, é até capaz de eu encontrar algum sentido nisso tudo.

Lá no começo falei do “arranhãozinho” que desperta a inspiração e nos conduz à investigação e criação. Pois bem, segue o link do vídeo que me arranhou a pele tenra dos 17 anos, lá em 1989.

http://www.youtube.com/watch?v=7uVPVf42-Ow

CERONHA PONTES
Recife, 02 de fevereiro de 2010.