Helijane Rocha é um perigo. Guarda bem meus desabafos pra me atirar na cara e rir quando eu mais desavisada. Fizemos uma recente temporada de nossa
Febre no Recife, e foi tão pesado suportar uma após a outra aquelas apresentações, pensando que, na sequência, ainda teríamos de viajar pro Rio de Janeiro e Curitiba arrastando as dores de Luiza e Aurora (minhas personagens), quando eu só queria poder dar conta das minhas próprias dores.
Ainda no Recife eu dizia:
- Porra, Lili, não vejo a hora da chegar do Rio e descansar um pouco. Em geral é "a vida" que fica atrapalhando meu teatro, mas, agora, é o teatro que se faz inoportuno. Tou precisando priorizar outros lances, e o cartaz atravessado no caminho.
(Lili fez um silêncio que beirava a indiferença.)
Nem creio seja o caso de me desculpar com a platéia querida que lotou o Teatro Apolo na última temporada pernambucana. Afinal, nós, os palhaços, também temos lá nossas angústias e, de qualquer modo, nunca subo no palco com menos que 100% do que eu tiver de bom pra oferecer no momento. Às vezes pode até não ser o suficiente, mas... Depois, tudo aconteceu bonito, com Helijane Rocha e Quitéria Kelly se integrando ao elenco.
Tristinha e com planos importantes que não dizem respeito ao ofício, não me ocupei de expectativas quanto à temporada promovida pela Funarte, via Mambembão. Iria cumprir minha obrigação no Glauce Rocha com a responsabilidade, simpatia e competência que conseguisse, e pronto. TAN-DAN! Eis que o Rio nos recebe com uma alegria ímpar. Cúmplice e demorado aplauso para
Essa febre que não passa. Restaurador.
Não bastasse a peça bem sucedida, virei "loba" em companhia de grandes amigos e do meu Eros (que nos acompanhou sem qualquer constrangimento de tirar onda com o porteiro do teatro se anunciando como o "marido da Ceronha Pontes"). Boa a sensação de celebrar os 40 em pleno exercício do que se ama. Reencontrei amigas de infância (Dalvinha, Socorro e Jesus) que não via há trinta anos, e queridos artistas cearenses que vivem na Cidade Maravilhosa e tão carinhosamente foram nos prestigiar. Famosos também passaram por lá e eu não deixaria de fazer essa graça, né? Foi um prazer enorme receber, entre outros, a amiga Nuria Malena, cantora e compositora de pérolas como
Quando assim (ai, tou sem as fotos com a Nuria no momento), e Renata Sorrah, que se demorou entre nós, bem na condição de colega (e é fato), a fazer generosas e emocionadas considerações sobre nosso trabalho.
Vendo-me exultante, Lili não perdoa:
- Ué, cadê aquela que não via a hora disso tudo terminar? "Ai, o teatro tá atrapalhando não sei que lá."
Zombava.
KKK!!! Melhor dar um jeito de harmonizar o real com a fantasia, né, bUnita? Porque o que me faz triste ainda se impõe (até quando, meu Santo Anastácio?!), mas não é impedimento para tal felicidade. Seguem fotos e links desta aventura boa.
Luce Pereira e André Brasileiro, lambendo a cria.
Filinha recorrente durante toda a temporada no Rio.
A platéia calorosa.
Sinceros agradecimentos.
Com Hermila Guedes (companheira de cena) e a atriz Nanda Costa.Visita gentil.
Com Renata Sorrah.
Josi, Ceronha, Renata, Hermila, Hilda, Nínive, André. Essa gente de teatro.
Renata Sorrah e Luce Pereira
Irani Galdino (nosso xodó de camareira) e ela de novo.
Maria Pompeu, Ilva Niño e Luce.
Hilda, Nínive e Márcia recebendo Armando Babaioff.
Uma atriz (Hilda Torres) e seu diretor (Marcondes Lima) em momento "pintoso".
Happy birthday to me. Louca por elas.
Mais parabéns, com os meus Tadeu Gondim e André Brasileiro.
O brinde final.
Como é que esse mulherio todo entraria em cena, não fosse o suporte desses cafuçus?
Ivo(careca)Barreto, Fernando Araújo, Tadeu, Gustavo Araújo e Sávio Uchôa.
Notinhas:
Ceronha Pontes
Recife-PE, 27 de março de 2012 (dia mundial do teatro)
P.S.: De noite, atravessar os
Arcos da Lapa segurando a mão de quem se ama. Na volta, pés mais firmes sobre as belas pontes deste Recife que me adota.