quinta-feira, 27 de março de 2014

Conga, monga.


A vida se repete enfadonhamente. A gente vai trocando de papéis, mas, as histórias, iguais. As de amor então, pra matar no cansaço. E nós, tolos de fazer dó, seguimos senão acreditando, na esperança de voltar a. Não adianta vir com esse papo de transitoriedade pra cima de Cecé. Tudo igual. Ok, admito a única e minúscula diferença de que a esperança hoje anda se alimentando de curtidas.Triste, né? Uma curtida perdida e a criatura namora, casa e adota uns pirráia.
Fui. Tomar chá de coca lá em Cuzco, na esperança (olha a medonha aqui "tra veiz") de que o pouco oxigênio seja aliado na reconstrução deste ser desanimado que fala sozinho.
Como diz o primo Ed: só Maria Odete* salva. Pois então conga, oh rainha, e "afasta de mim este cálice".

*Maria Odete, a Gretchen.


sábado, 22 de março de 2014

Chutando as paredes, o balde e o pau da barraca.


Não é a primeira vez que posto.
A-DO-RO!!!
"Se non ha un senso", mande ver, Vasco.
E o guitarrista querendo vir ser lindo desse jeito aqui em casa , a gente deixa



E tudo começou quando ouvi o Vasco cantando num filminho que já me acabei de postar também. Não me cansarei jamais de assistir. Identificação total com o Timóteo, do Sergio Castellitto.

Ceronha

quinta-feira, 20 de março de 2014

"Chutando as paredes"


Recentemente obrigada a pensar, conceber, escrever para fins que não este blogzinho marromeno desnutrido, o coitado, aí foi que eu fiquei esgoatada mesmo. Sem ter o que oferecer aqui.
Felizmente tem uma gente que eu gosto que vai me traduzindo sem o saber. O clip de hoje é do filme da querida Lívia Guerra, toda toda muito talentosa. É contigo, lindona.



quarta-feira, 19 de março de 2014

HOJE


Bater perna sob o calor do Recife até gastar o que me impede. Até quem sabe esbarrar numa inspiração.
Zaz me acompanha com versos sobre o que muito mais duramente começaria o poeta Carlos: "tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo."




quarta-feira, 12 de março de 2014

O mel da boca


Aquilo era tão triste!
Disseram que foi um coração que, cheio de amor, mas desprovido de atrevimento, explodiu.
E ainda tinha o Tom Zé fazendo alarde no cortejo.




terça-feira, 11 de março de 2014

Sinceramente



Tem coisa que eu realmente gostaria de ter escrito. Mas que ousadia! Verdade é que quem nasce pra uma Ceronhazinha de nada nunca chegará a ser Tom Zé ou Sérgio Sampaio. Cante aí, meu adorado maldito. E nunca se cale, por amor dos deuses todos. Os simpáticos, eu digo.




quinta-feira, 6 de março de 2014

De Frederick para Vladímir.


Se contenho a minha raiva, enlouqueço. Deixa-me pois esmurrar a faca, caro Vladímir. É a mim que machuco, não temas por Mia. Nela, outra ferida eu jamais abriria, além das devidas à sua consciência. Ela não poderá sair desta situação do mesmo modo inconsequente com que estabelece todas as suas relações. Sim, seu estilo há muito se repete. É um bem que lhe faço, juro. Crês que a ela, ou a qualquer outra pessoa seja favorável viver de apurar um poder desagregador? A que desfecho estará sempre condenada se continua a investir em tramas como esta? Cercando, controlando, manipulando, desrespeitando afetos tão longamente cultivados?
Sorrateira se achega. É de repente que percebemos sua presença lânguida. Sempre e de tal modo ali, a ponto de se tornar necessária. De repente, amigo, me dei conta de não saber fazer nada sem ela, que se enfiou na minha vida e foi cortando um fio aqui, desviando outro acolá, se amarrando noutro adiante, enfim, me despojando de meus afetos outros. E sem qualquer constrangimento, nem senso algum de responsabilidade. Depois de tudo ainda afirma chorosa que "não sabia" como dizer, prevenir, proteger-me do mal.
Não que seja uma pequena difícil de ler, oh poeta. Não é uma Lila Brik. Muito mais facilmente decifrável, a Mia. Mas é tanta doçura envolvendo o vil intento que mesmo eu acabei por apostar que em algum momento aquilo tudo se converteria em outra verdade. Aprazível verdade. Cheguei a inventar Deus, e Ele me garantia o direito e me abençoava a entrega.
Pesa-me a culpa por reduzir a cocô a minha inteligência, diante da beleza de uma pequena cheia de fogo e astúcia. Tu conheces o que arrisco e ainda não estou em segurança, longe disso. Te agradeço por me dares abrigo em tua sublime poesia, Vladímir. Neste momento são estes os versos teus que afogo:

Entraste. Brusca como um desafio.
E amaçando a camurça das luvas
disseste:
- Sabes? Vou me casar.
- É?
Pois bem, casa-te!
Não faz mal.
Agüentarei o golpe.
Não vês como estou calmo?
Dir-se-ia o pulso de um morto.
Te lembras deste teu lema;
"Jack London, dinheiro, amor, paixão"?
Desde então foi o que vi:
tu és uma Gioconda
que é preciso roubar!
E afinal te roubaram.

Adivinho que ela não esteja feliz. Também dela a vida cobra. Quem escapa? Aprenderá com isso mais que finalmente se livrar de animal tão rude feito eu, meu amigo? Ou não aprenderá coisa nenhuma e seguirá repetindo seu jogo como uma viciada? Ah, querido poeta, contando que eu mesmo sucumbi a esses artifícios novamente, que posso exigir de uma criança vaidosa, não é mesmo?

Um abraço cheio de vergonha deste teu devotado,
Frederick.

(Por Ceronha Pontes)





quarta-feira, 5 de março de 2014

Já não é carnaval


Lendo Maiakóvski:

Por toda parte
andei dizendo que Deus não existe
e Deus, de tórridas profundezas, fê-la sair,
aquela diante de quem
a montanha se perturba e treme,
e me ordenou: Ama-a!

Deus ficou contente.
No fundo do abismo
que há sob o céu
um homem atormentado
como um selvagem definha.
Deus esfrega as mãos.
A si mesmo, diz:
Hás de ver, Vladímir!

E cobiçando esta elegância: