sábado, 31 de março de 2012

Lu



"E ela me faz tão bem,
E ela me faz tão bem, 
Que eu também quero fazer isto por ela".
(Tão bem - Lulu Santos)


Tiro e queda: pra melhorar meu dia, é telefonar pra Pequena. O papo de hoje foi sobre economia.


- Titia, eu tou fazendo um cofrinho pra viajar pro Recife e pra Disney".


Meu riso afrouxou. E blá, blá, blá, blá, blá, blá....


- Não, tia, desliga agora não, "vamo" conversar mais um pouquinho.
- Pois diga lá.
- Tia, artista ganha dinheiro?
- Pouco.
-Vaaalha¹, o dinheiro é o troféu, é?
- Mais ou menos.
- Nã!² 


Blá, blá, blá, blá, blá, blá...
... e se já fui triste não me lembro

¹ Admirar-se em cearês.
² Deus me defenda, na mesma "língua".


Ceronha Pontes
Recife-Pe, no 1º minuto de 31 de março de 2012

sexta-feira, 30 de março de 2012

Sem sangue




Sonhei com o Mestre Edson (meu Pai), e acordei com saudade MEDONHA.

Poema do meu Cazuza, musicado pelo Frejat, por Ney, para o Velho, com amor.

terça-feira, 27 de março de 2012

"Na confusão das horas cariocas"



Helijane Rocha é um perigo. Guarda bem meus desabafos pra me atirar na cara e rir quando eu mais desavisada. Fizemos uma recente temporada de nossa Febre no Recife, e foi tão pesado suportar uma após a outra aquelas apresentações, pensando que, na sequência, ainda teríamos de viajar pro Rio de Janeiro e Curitiba arrastando as dores de Luiza e Aurora (minhas personagens), quando eu só queria poder dar conta das minhas próprias dores.

Ainda no Recife eu dizia:
- Porra, Lili, não vejo a hora da chegar do Rio e descansar um pouco. Em geral é "a vida" que fica atrapalhando meu teatro, mas, agora, é o teatro que se faz inoportuno. Tou precisando priorizar outros lances, e o cartaz atravessado no caminho.
(Lili fez um silêncio que beirava a indiferença.)


Nem creio seja o caso de me desculpar com a platéia querida que lotou o Teatro Apolo na última temporada pernambucana. Afinal, nós, os palhaços, também temos lá nossas angústias e, de qualquer modo, nunca subo no palco com menos que 100% do que eu tiver de bom pra oferecer no momento. Às vezes pode até não ser o suficiente, mas...  Depois, tudo aconteceu bonito, com Helijane Rocha e Quitéria Kelly se integrando ao elenco.


Tristinha e com planos importantes que não dizem respeito ao ofício, não me ocupei de expectativas quanto à temporada promovida pela Funarte, via Mambembão. Iria cumprir minha obrigação no Glauce Rocha com a responsabilidade, simpatia e competência que conseguisse, e pronto. TAN-DAN! Eis que o Rio nos recebe com uma alegria ímpar. Cúmplice e demorado aplauso para Essa febre que não passa. Restaurador.

Não bastasse a peça bem sucedida, virei "loba" em companhia de grandes amigos e do meu Eros (que nos acompanhou sem qualquer constrangimento de tirar onda com o porteiro do teatro se anunciando como o "marido da Ceronha Pontes"). Boa a sensação de celebrar os 40 em pleno exercício do que se ama. Reencontrei amigas de infância (Dalvinha, Socorro e Jesus) que não via há trinta anos, e queridos artistas cearenses que vivem na Cidade Maravilhosa e tão carinhosamente foram nos prestigiar. Famosos também passaram por lá e eu não deixaria de fazer essa graça, né? Foi um prazer enorme receber, entre outros, a amiga Nuria Malena, cantora e compositora de pérolas como Quando assim (ai, tou sem as fotos com a Nuria no momento), e Renata Sorrah, que se demorou entre nós, bem na condição de colega (e é fato), a fazer generosas e emocionadas considerações sobre nosso trabalho.

Vendo-me exultante, Lili não perdoa:
- Ué, cadê aquela que não via a hora disso tudo terminar? "Ai, o teatro tá atrapalhando não sei que lá." Zombava. 

KKK!!! Melhor dar um jeito de harmonizar o real com a fantasia, né, bUnita? Porque o que me faz triste ainda se impõe (até quando, meu Santo Anastácio?!), mas não é impedimento para tal felicidade. Seguem fotos e links desta aventura boa.


Luce Pereira e André Brasileiro, lambendo a cria.

 Filinha recorrente durante toda a temporada no Rio.

A platéia calorosa.

Sinceros agradecimentos.

 Com Hermila Guedes (companheira de cena) e a atriz Nanda Costa.Visita gentil.

Com Renata Sorrah.

Josi, Ceronha, Renata, Hermila, Hilda, Nínive, André. Essa gente de teatro.

Renata Sorrah e Luce Pereira

    Irani Galdino (nosso xodó de camareira) e ela de novo.

  Maria Pompeu, Ilva Niño e Luce.

  Hilda, Nínive e Márcia recebendo Armando Babaioff.

  Uma atriz (Hilda Torres) e seu diretor (Marcondes Lima) em momento "pintoso".

  Happy birthday to me. Louca por elas.

  Mais parabéns, com os meus Tadeu Gondim e André Brasileiro.

O brinde final.

Como é que esse mulherio todo entraria em cena, não fosse o suporte desses cafuçus?
Ivo(careca)Barreto, Fernando Araújo, Tadeu, Gustavo Araújo e Sávio Uchôa.

Notinhas:

Ceronha Pontes
Recife-PE, 27 de março de 2012 (dia mundial do teatro)

P.S.: De noite, atravessar os Arcos da Lapa segurando a mão de quem se ama. Na volta, pés mais firmes sobre as belas pontes deste Recife que me adota. 



terça-feira, 20 de março de 2012

Febre "carioca"


Clóvis, com Ceronha Pontes e Helijane Rocha. Foto: Rogério Alves

Estamos chegando ao Rio de Janeiro com Essa febre que não passa, de Luce Pereira, direção de André Brasileiro e Marcondes Lima, pelo Coletivo Angu de Teatro. Com Ceronha Pontes, Hermila Guedes, Hilda Torres, Josi Guimarães, Mayra Waquim, Márcia Cruz e Nínive Caldas. Contamos ainda com um time reserva que é um luxo: Helijane Rocha e Quitéria Kelly que, eventual e respectivamente substituem Hermila e Márcia.
A peça é uma adaptação de cinco contos do livro homônimo de Luce Pereira. São eles:Clóvis, Nomes, Talvez já fosse tarde,Um tango com Frida Khalo, Dora descompassada. 

Dora descompassada. Foto: Rogério Alves

Emoção na estréia da Lili (Helijane)

Nossa Luce Pereira (autora), Prêmio Tacaruna Mulher, como destaque na Cultura. 
(Quitéria, Hilda, Tadeu, Luce, Ceronha e Helijane)

De 22 a 25 de Março, às 19h, no Teatro Glauce Rocha.

Ceronha Pontes
20 de março de 2012.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Aconteceu



Adorei participar do programa Vivo EmCena, falando sobre o Trágico na contemporaneidade. Migrei do pavor de me expor na condição de "palestrante", para a alegria de revisitar momentos importantes onde o gênero me deixou suas marcas. Sobretudo pela presença da atriz Juliana Galdino, por quanto aprendizado foi para mim, acompanhar a sua montagem de Medeia, sob a direção de Antunes Filho, quando estagiei no CPT anos atrás.
Além daquela Medeia, a concepção de OEDIPAIS, montagem do Édipo Rei pelo Hara Teatro-Danza (Assunção-Paraguai), sob a direção de Wal Mayans, foi decisiva para o meu entendimento das possibilidades e importância de um diálogo entre a Tragédia e os nossos dias. Sem falar em Hécuba, com a incrível Walderez de Barros, por Gabriel Vilella, que tão bem ilustra o programa.

Ceronha Pontes
Recife-PE, 20 de Março de 2012

P.S.: E depois do debate, prazer em receber Júlia Alquéres, Edgar Homem, Xuxa Lopes e Expedito Araújo, na nossa FEBRE.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Avassalador



Graças ao amigo André Brasileiro, ontem estivemos num ensaio do Lenine que faz show hoje e amanhã aqui no Recife. Um esquecimento de letra aqui, uma entrada errada acolá (se ele não fala eu nem percebo), afinar o violão, etc, e meu espírito renatorussiano voltou pra casa tão agradecido!   



Ceronha Pontes
16 de março de 2012

terça-feira, 13 de março de 2012

O Trágico na Contemporaneidade





A  partir de eixos que se estabeleçam na montagem de Hécuba, de Eurípedes, com direção de Gabriel Villela,  "Debates Vivo EnCena: O Trágico na Contemporaneidade" pretende ampliar o olhar sobre as performances do cotidiano, promover a reflexão sobre o lugar do "trágico" na cena teatral dos dias de hoje e de como as tragédias, como gênero teatral, podem dialogar com um público de uma sociedade cada vez mais líquida. Com curadoria de Expedito Araujo, mediado pelo jornalista cultural Dib Carneiro Neto, e tendo como palestrantes os atores Claudio Fontana, Xuxa Lopes, Juliana Galdino e Ceronha Pontes, o debate traz experiências diferenciadas na contemporaneidade para o fazer teatral, com todos os signos que o envolvem, e com o "trágico" como  elemento imprescindível.


SERVIÇO:


Debate- Sábado, dia 17 de março às 17h
Teatro Santa Isabel (Recife-PE)
Entrada Franca


Hécuba- De 16 a 18 de março (sexta e sábado às 21h e domingo às 20h), no Teatro Santa Isabel.
Ingressos:
Plateia e frisas -  R$60,00  (inteira) e R$30,00 (meia)
Camarotes -  R$50,00 (inteira) e R$25,00 (meia)

segunda-feira, 12 de março de 2012

Mera coincidência?


Reparando nas semelhanças entre estes três homens tão importantes pra mim:


Eduardo Galeano. Por quanta gente e quanta História me deu a conhecer. O mundo, por seu olhar, alguma melhora promoveu em mim.

Peter Brook. Sua vida e obra inspiradoras, ternas justificativas de minha escolha.


Celso Nunes. Através de quem conheci Peter Brook, quando nos dirigiu em OS IKS (uma adaptação de Brook do livro O Povo da Montanha, do antropólogo inglês Colin Turnbull), montagem do extinto Colégio de Direção Teatral, lá do Ceará. E Grotówski, por Celso, sempre será meu Norte. 
Celso fez crescer minha sede de entendimento do ofício e, principalmente, daquilo de que este se alimenta: a experiência humana. Sua aluna, sua atriz, sua amiga, sua sempre. Com admiração, gratidão, amor.

Ceronha Pontes
Recife-Pe, 12 de março de 2012